Morre João Trindade, pioneiro da borracha em Goiás e pai do advogado Uarian Ferreira

15 setembro 2017 às 09h24
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Ele teve atuação forte em Goiás e no Tocantins. Era casado com uma professora da UFG e avô da jornalista Manoel Queiroz
Morreu na quinta-feira, 15, João Ferreira da Silva, mais conhecido no Tocantins como João Trindade. Ele tinha 82 anos e se tratava de câncer há alguns anos. O velório começa ao meio-dia e o enterro será às 16 horas, no Cemitério Jardim das Palmeiras. Ele deixa a mulher Divina Alves Silva, professora aposentada da UFG (da área de Geografia), os filhos Uarian Ferreira (advogado), Arai (dentista) e Iara (advogada) e oito netos e duas bisnetas. Ele é avô da jornalista Manoela Queiroz, apresentadora da TV Record.
João Ferreira foi pioneiro da borracha em Goiás e, depois, no Tocantins. No governo de Ary Valadão, a partir do Escritório de Representação, entre as décadas de 1970 e 1980, trouxe para o Estado o Programa da Borracha (Probor III). Implantou o projeto no município de Pium (terra do escritor Eli Braziliense), hoje Tocantins, em 1982. Em 1994, inaugurou o primeiro projeto de piscicultura de tanque escavado do Tocantins, com o apoio de Roberto Sahium. Sempre ativo e dinâmico, sonhava agora com a construção da Barragem P8, no projeto do BID, de perenização do Rio Pium e outros da Bacia do Javaés. Era um homem que sonhava, mas que queria, e trabalhava para isto, que seus sonhos se tornasse realidade.
Desbravador, João Ferreira chegou ao Norte de Goiás, no município de Paraíso (agora, do Tocantins), em 1965, num jipe com placa de Trindade. Por isso ficou conhecido como João Trindade e ficou assim para sempre, ao menos na região. Era tão admirado em Goiás quanto no Tocantins.
Na Escola Técnica de Goiás, João Ferreira foi líder estudantil, ao lado de Iris Rezende e Tarzan de Castro. Na ditadura, chegou a esconder Tarzan de Castro em sua casa, na Vila Nova. Chegou a proteger Iris Rezende, nos anos de chumbo.
De João Trindade, os amigos e filhos dizem que era, sobretudo, um homem solidário, amigo e leal. “Acima de tudo, era um cidadão de bem”, afirma o advogado Uarian Ferreira. “Um humanista, um homem íntegro.”