Michel Temer, Daniel Vilela e Iris Rezende: o vice-presidente quer uma convivência harmoniosa entre o novo e o histórico, mas sua opção é por quem tem voto, como o deputado
Michel Temer, Daniel Vilela e Iris Rezende: o vice-presidente quer uma convivência harmoniosa entre o novo e o histórico, mas sua opção é por quem tem voto, como o deputado

Vice-presidente da Re­pública e poderoso chefão do PMDB, Michel Temer está preocupado, no momento, com a possibilidade de suceder a presidente Dilma Rous­seff, que pode sofrer impeachment. O peemedebista-chefe encomendou um plano de governo, elaborado por economistas — entre eles o ex-ministro Delfim Netto —, o qual tem sido elogiado por liberais e por revistas e jornais, dado o que chamam de “realismo”. O plano se propõe, por exemplo, a enfrentar o problema histórico da Previdência.

Portanto, a política de Goiás não está entre as principais preocupações de Temer. Porém, como tem sido procurado por políticos do Estado, com e sem mandato, avalia que é preciso dar alguma atenção à crise local, que opõe os grupos de Iris Rezende e Maguito Vilela. O líder do PMDB nacional quer valorizar o novo, como o deputado federal Daniel Vilela, mas sem menosprezar os históricos, como Iris Rezende. Por isso, depois de conversar com Daniel Vilela, vai conversar com Iris Araújo — e, se quiser ir junto, Iris Rezende — nesta semana.

Discreto, agindo no seu ti­ming e sem absorver a “pilha” de aliados regionais, Temer não explicita publicamente, mas, em conversas reservadas com aliados goianos, comenta que o PMDB de Goiás vai mal, muito mal. Em Brasília é assim: quem não tem mandato de deputado federal e senador tem menos importância. A força do PMDB no Con­gresso Nacional e no governo da presidente Dilma Rousseff advém de sua imensa bancada no Senado e na Câmara dos Deputados. Ao examinar o resultado eleitoral de 2014, Temer notou que, dos 17 deputados federais eleitos por Goiás, apenas dois são do PMDB — Daniel Vilela e Pedro Chaves, ambos ligados ao prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e nenhum ao grupo de Iris Rezende. O PMDB, além de não ter nenhum dos três senadores, contribuiu para eleger Ronaldo Caiado, que é do DEM e adversário do governo federal.

Mesmo sem menosprezar os históricos, como Iris Rezende, de 82 anos, o objetivo de Temer é prestigiar quem tem voto e, assim, envia representantes para Brasília, para fortalecer o PMDB nacionalmente. Eis a verdade; o resto é fuxico de botequim.