Marussa Boldrin é uma deputada federal articulada e tem três anos e um mês de mandato pela frente. Portanto, o prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (União Brasil) — um político amadurecido e inteligente —, deveria atrai-la para sua base. Não se deve subestimar nenhuma pessoa na política. Marconi Perillo “caiu” quando avaliava, pela soberba do poder, que jamais “cairia” e que todos precisavam dele, mas ele próprio talvez “não” precisasse de ninguém.

Posta a questão de que Marussa Boldrin tem valor pessoal e político (tanto que foi eleita deputada federal), vale abrir uma discussão a respeito do MDB que a deputada recebeu e o MDB que ela poderá entregar entre 2024 e 2026.

Sob o comando do vice-governador Daniel Vilela e do vice-presidente estadual do MDB, Manuel Cearense — que foi presidente do MDB local —, o partido cresceu em Rio Verde. Saiu de nenhum vereador para dois vereadores e elegeu um deputado estadual, o médico Lucas do Vale — filho de Paulo do Vale —, e uma deputada federal, Marussa Boldrin.

Para 2024, o MDB ganhou um candidato a prefeito consistente — o médico Wellington Carrijo.

Entretanto, toda a estrutura que vem sendo montada, nos últimos anos, pode ser posta por terra na gestão de Marussa Boldrin como presidente do MDB.

Se Wellington Carrijo não for candidato a prefeito pelo MDB — o União Brasil está de olho grande em seu passe —, a tendência é que, entre 2024 e 2026, o partido se esfacele localmente, tornando-se “nanico” no município. Marussa Boldrin poderá até ficar com o MDB, mas o partido poderá perder seus filiados mais consistentes política e eleitoralmente. E se tornará uma espécie de exército de uma só oficial.

Mas não basta Marussa Boldrin ceder. O grupo de Paulo do Vale e o grupo de Manuel Cearense — a rigor, um só — também precisam ceder, estabelecendo diálogo com a deputada federal.

De acordo com Manuel Cearense, o MDB de Rio Verde tem 3 mil filiados. Então, é preciso abrir conversações com eles, por intermédio de reuniões e debates. “As cabeças pensantes do MDB precisam ser convocadas para ajudar no crescimento do partido”, afirma o vice-presidente regional.

O MDB corre o risco de não ter candidato a prefeito e candidatos a vereador viáveis eleitoralmente. Todos os emedebistas, e não apenas Marussa Boldrin, têm de ficar de olho nesta questão. (E.F.B.)