A dupla tentou convencer um empresário a ser candidato. Como ele não quer, o Mama pode apostar em Jânio Darrot

O ex-governador Marconi Perillo, do PSDB, e o presidente da Federação das Indústrias no Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, trocam “figurinhas” toda semana a respeito da sucessão para o governo de Goiás em 2022. Eles formam o movimento “Mama”.

Perillo e Mabel, hábeis titereiros, aproximaram-se do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, e, com elogios e cânticos de sereia, convenceram-no de que já estava praticamente “eleito” para o governo de Goiás. “Não” precisava nem disputar eleição. Era só deixar a prefeitura, abandonando os 500 mil habitantes da cidade, e correr para o abraço.

Sandro Mabel e Marconi Perillo: trocando figurinhas políticas | Foto: Wagnas Cabral

Ante tantas loas de titereiros especializados, Mendanha acabou por ser seduzido, ao menos por alguns momentos. Porém, depois de conversar amplamente com líderes do MDB, como seu presidente, ex-deputado federal Daniel Vilela, o prefeito decidiu escapar das garras dos experts Perillo e Mabel.

Decepcionados com a “falha” de seus cantos, ambrosias e vinhos caros, que não funcionam mais com Mendanha, Perillo e Mabel estão traçando nova estratégia.

Por enquanto, com Mendanha fora de seu alcance, há dois jogos.

Primeiro, vai se tentar uma “reaproximação” com Jânio Darrot, que, se perder o Patriota para o deputado federal Major Vitor Hugo, pode até mesmo voltar ao PSDB. A ideia é bancá-lo para governador, com um vice do setor imobiliário (um jovem líder) e Mabel para senador. Perillo iria a deputado federal.

Segundo, se não houver acordo com Jânio Darrot — que, com a crise do Patriota, perdeu energia —, há a possibilidade de Marconi Perillo disputar o governo do Estado, com o apoio de Mabel.

Se Marconi não decolar — pesquisas sugerem que seu desgaste político ainda é muito alto —, a tendência é que Mabel seja o candidato a governador.

Entretanto, espertamente, Mabel estaria articulando outro nome para a disputa — o de um jovem líder do setor imobiliário. A ressalva? O empresário não quer disputar e, de cara, tapou os ouvidos para escutar o canto das sereias.