Márcio Corrêa pode ser candidato a prefeito de Anápolis pelo PL de Bolsonaro e Wilder

Pesquisas de intenção de voto mostram que o ex-deputado estadual Antônio Gomide, do PT, lidera para prefeito de Anápolis.

O deputado federal Márcio Corrêa, do MDB, aparece em segundo lugar, e em ascensão. Não se pode sugerir que está colado no petista; entretanto, não parece ter teto. Antônio Gomide parece ter teto — tanto que parou na faixa de 29% a 33%.

Por que, embora liderando, Antônio Gomide não deslancha e não fica numa posição segura? Primeiro, porque é filiado ao PT. Ele, na cidade, é maior do que o PT, porém o partido tem uma imagem ruim. Segundo, o bolsonarismo é forte na cidade — o que, de cara, coloca um grande eleitorado contra a postulação do petista. Terceiro, o deputado está, politicamente, isolado. Ele não conta com o apoio de partidos e líderes políticos realmente relevantes no município. Quarto, tem resistência tanto entre católicos (chegou a processar um padre) quanto entre evangélicos.

O quadro político-eleitoral, o de hoje, sugere que Anápolis — a Suzhou do Cerrado — terá segundo turno entre Antônio Gomide e Márcio Corrêa. Mas há a possibilidade de um dos dois ganhar já no primeiro turno.

Analistas com expertise em política de Anápolis são peremptórios: Antônio Gomide, para ser eleito, precisa ganhar no primeiro turno. No segundo turno, todos vão se unir, pela razão, contra o petista — isolando-o ainda mais.

Os mesmos intérpretes postulam que as oposições já encontraram o político para vencer Antônio Gomide. Trata-se de Márcio Corrêa — que começa a crescer e já descolou dos demais pré-candidatos, como Leandro Ribeiro, Márcio Cândido, Hélio Lopes.

Os experts avaliam que, mesmo antes da campanha, o emedebista vai encorpar ainda mais. Por vários motivos. Primeiro, porque tende a ser o candidato da base governista. Segundo, deve ter o apoio do bolsonarismo. Terceiro, pode ser a aposta do anti-petismo na cidade. Quarto, ainda que seja de centro-direita, é um político moderado. Quinto, tem a imagem de gestor eficiente na iniciativa privada. É um empresário bem-sucedido; sobretudo, seu sucesso não se deve à política. É um self-made man.

O detalhe novo é que Márcio Corrêa pode ser o candidato do PL a prefeito. Muito ligado ao vice-governador Daniel Vilela, o empresário tem conversado com frequência com os líderes do bolsonarismo no país e em Goiás. Já conversou com o ex-presidente Jair Bolsonaro, com o presidente do PL em Goiás, senador Wilder Morais, e com o ex-deputado federal Major Vitor Hugo. O deputado também mantém diálogo com o senador Vanderlan Cardoso, que deve apoiá-lo na disputa de 2024.

Ao contrário de Antonio Gomide, que é candidato do PT e de si próprio (por ser maior do que o PT local), Márcio Corrêa tende a ser o candidato de um frentão político. (E.F.B.)