Marcelo Baiocchi é cotado para vice de Gustavo Gayer na disputa pela Prefeitura de Goiânia
03 março 2024 às 00h17
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Na semana passada, dois empresários sentaram-se num café, na Nova Suíça, e conversaram demoradamente com um repórter do Jornal Opção. Ambos apoiam o governador Ronaldo Caiado — por considerá-lo um gestor honesto e competente —, inclusive para presidente da República, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. “O que Caiado fez pela segurança pública em Goiás, tornando-a tão firme quanto eficiente, é um exemplo para o país”, constaram a dupla.
Na conversa, os empresários pediram para o repórter não fazer fotografias nem registrar a conversa por escrito. Ponderaram, porém, que as informações poderiam ser usadas, desde que sem menção aos nomes das fontes. Em suma, “off” para as fontes e “on” para as informações.
Acordo estabelecido, o repórter guardou o celular, uma caderneta e a caneta bic (“boa porque não estoura”, ressaltou um dos empresários). A conversa teve início e será exposta a seguir.
Os empresários avaliam que a gestão do prefeito Rogério Cruz é melhor do que a constatação dos eleitores. “Rogério não é um prefeito ruim e mal-intencionado, mas permitiu que fosse se consolidando uma imagem negativa de sua gestão. O que ouço, nas reuniões empresariais, é que se trata de um gestor que demora demais a decidir e a concluir as obras. Na prática, nos reunimos e começamos a verificar, de perto, sua administração. Há coisas boas, concluídas, mas o prefeito não consegue mostrar isto, a contento, para o público”, disse um dos empresários.
O mais velho dos empresários, com quase 50 anos, acrescentou: “Entre nós, mesmo quando se trata dos mais moderados e que respeitam o prefeito, não há viv’alma que acredita que Rogério será reeleito. Há muitos que sequer acreditam que será candidato”.
Os empresários avaliam que muitos políticos e, inclusive, a imprensa subestimam senador Vanderlan Cardoso (PSD). “Na verdade, é um candidato forte e que sabe administrar. Ele tem noção do que é uma cidade metropolitana como Goiânia. É um senador, ou seja, sabe como é o tráfego político entre Brasília e os municípios. O problema de Vanderlan é que, de fato, está isolado politicamente.”
A aproximação de Vanderlan Cardoso com Adriana Accorsi, deputada federal do PT, não agrada os empresários. “Nós sabemos que, assim como Lula da Silva, Adriana Accorsi é uma política moderada. Mas, enfim, PT é sempre PT, ou seja, aqui e ali, é anti-empresários.”
Os empresários sugerem que seus pares deveriam participar mais da política, sobretudo nas grandes cidades, como Goiânia, Aparecida, Anápolis, Rio Verde, Catalão e Jataí. “Com Vanderlan tendo se aproximado de Adriana Accorsi — e temos notícia de que poderá lançar o seu vice —, nosso interesse está voltado, neste momento, para as candidaturas do ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot (MDB) e do deputado federal Gustavo Gayer (PL).”
Por que Gustavo Gayer? “Há quem o perceba como radical, mas nós, empresários, o percebemos como um político de grande coerência. Primeiro, defende a livre iniciativa, o mercado. Segundo, se posiciona contra a esquerda radical. Portanto, como é um aliado, e não um adversário dos empresários, nós temos simpatia por sua candidatura.”
Os empresários dizem que a tendência é apoiar Gustavo Gayer, porque “está mais bem posicionado, nas pesquisas de intenção de voto, do que Jânio Darrot”. E acrescentam: “O senador Wilder Morais é outro bom nome. Ele é um gestor eficiente na iniciativa privada e, como está no segundo mandato de senador, sabe como operar politicamente para melhorar uma cidade”.
Um dos empresários diz que “o vice ideal para Gustavo Gayer é uma figura moderada, de direita e competente como o empresário Marcelo Baiocchi, presidente da Federação do Comércio (Fecomércio). A experiência de Marcelo com gestão — com a questão da eficiência e do foco em resultados — poderá ser crucial para uma possível administração de Gustavo Gayer”.
Um empresário relata que ouviu dizer, mas não de Vanderlan Cardoso, que o senador queria colocar o ex-deputado estadual Simeyzon Silveira, do PSD, na vice de Adriana Accorsi. Porém, como o pai do auxiliar de Marcelo Baiocchi, é um pastor politicamente de direita, não interessa tanto ao PT. Samuel Almeida, irmão do pastor Abinair Vargas, não é contra a direita, mas está mais próximo do centro e atrai para a candidatura da petista uma fração importante da Assembleia de Deus.
A tendência, segundo os empresários, é uma aproximação de Marcelo Baiocchi com Gustavo Gayer. Na vice do deputado do PL, a chapa será de direita, e com imagem de consistência em termos de gestão. “Popularidade Gustavo Gayer já tem, mas, com o apoio de Marcelo Baiocchi, um empresário que tem empreendimentos em várias áreas, inclusive na imobiliária, ganharia uma imagem mais positiva na sociedade. Teria mais credibilidade e respeitabilidade”, pontuam os empresários. (E.F.B.)