Lula da Silva pode bancar um candidato do Nordeste a presidente da República em 2026

08 janeiro 2023 às 00h00

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Nem Fernando Haddad nem Lula da Silva. O candidato do PT a presidente da República, na sucessão de Lula da Silva, em 2026, deve sair do Nordeste.
(Antes, um parêntese. Um político veterano do PT, radicado em Brasília, no momento, disse ao Jornal Opção que Lula da Silva pode, mesmo aos 81 anos, disputar a reeleição em 2026, sobretudo se fizer um bom governo e se for o único capaz de derrotar o ex-presidente Jair Bolsonaro.)

Fechado o parêntese, retomemos a questão do Nordeste. Não foi à toa que Lula da Silva nomeou para cargos centrais do governo federal políticos do Nordeste, região que, a rigor, garantiu sua vitória eleitoral em 2022.
Para a Educação, convocou Camilo Santana, ex-governador do Ceará. Para o Desenvolvimento Social, escalou Wellington Dias, ex-governador do Piauí. E indicou Rui Costa, ex-governador da Bahia, para comandar a Casa Civil.
O que Lula da Silva está fazendo, com rara habilidade? O presidente já sabe que os três políticos nordestinos, entre outros, são competentes, mas apenas como gestores de seus Estados. A partir de agora, o petista-chefe quer que eles alcancem dimensão nacional, obtendo amplo conhecimento do país e, ao mesmo tempo, se tornando conhecidos.
Com perspicácia, Lula da Silva está operando, parcialmente, uma espécie de despaulistinização tanto do governo quanto do PT. Está tornando a gestão e o partido mais nacionais.

Então, daqui a quase quatro anos, que ninguém se surpreenda com a “novidade” de que o PT poderá lançar um candidato a presidente oriundo do Nordeste. Aquele que se sair melhor no governo, construindo pontes seguras com os demais partido, poderá ser o escolhido. Que fique claro, portanto, que ninguém está “indicado” — seria tolice fazê-lo agora, porque o político seria “queimado” não pelos adversários, e sim pelo fogo mui amigo.
Porém, sabendo que o bolsonarismo permanece como uma ameaça político-eleitoral, com ou sem Jair Bolsonaro, mas sobretudo com ele — que talvez se torne inelegível —, Lula da Silva quer criar alternativas políticas, a ele mesmo, desde já. Daí a força que está dando aos nordestinos.