O populista precisa entender que governar um país não é o mesmo que apresentar um programa de televisão ou investir na bolsa

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O populismo tem matizes. Há populismos de esquerda, o de João Goulart, e de direita, o de Jânio Quadros e Fernando Collor.

Jânio — uisquezofrênico, achou forças ocultas num litro de uísque — renunciou, em 1961, com o objetivo de voltar nos braços dos militares e do povo. Diferentemente de Getúlio Vargas, era populista, mas não tinha liderados. Sua saída levou João Goulart ao governo. O populista do PTB, ao desagradar militares e vivandeiras civis, acabou derrubado.

Em 1989, outro populista autoritário, Fernando Collor — Jânio sem caspas —, ganhou a eleição presidencial. Prometia caçar marajás, mas acabou sofrendo impeachment, em 1992. Vinte e cinco depois, dois populistas, estilo mauricinho, estão de volta. O PSDB apresenta João Doria, o prefeito de São Paulo, como provável candidato. O DEM sugere Luciano Huck, apresentador de televisão, como alternativa. Huck não diz explicitamente que será candidato a presidente, mas entusiasmou-se com a política.

Huck está posando de empresário moderno, de homem de ideias. Pode até ser empresário, mas não é moderno nem tem ideias consistentes. É um populista que está tentando construir uma fachada responsável. Não é estadista e não tem condições técnicas nem políticas para gerir uma potência como o Brasil.