A presidente brasileira não terá coragem de fazer um mea culpa agora. Vai insistir na tese de caiu devido a um golpe
Recomenda-se que Dilma Rousseff, antes mesmo de deixar oficialmente a Presidência da República, leia o livro “Peixe na Água — Memórias ”, de Mario Vargas Llosa. É o relato de sua derrota para Alberto Fujimori na eleição para presidente do Peru.
Vargas Llosa, um escritor e intelectual brilhante, perdeu para uma nulidade, da estirpe de Dilma Rousseff. O Peru arrependeu-se amargamente de ter trocado o escritor, um liberal, pelo populista autoritário Alberto Fujimori. Mas o arrependimento não durou muito. Uma filha dele, Keiko Fujimori, vai disputar o segundo turno, em junho deste ano, com chance de ser eleita. Vargas Llosa apoia seu adversário.
Dilma Rousseff certamente vai apreciar as partes inicias o livro, nas quais o escritor conta a história de sua infância. Se ler a obra de Vargas Llosa, que faz um mea culpa inteligente, certamente vai entender os motivos pelos quais está sofrendo impeachment. Um deles é a sua arrogância, típica de marinheiros de primeira viagem, de pessoas que, embora inteligentes, têm escassa experiência de vida.
A presidente Dilma Rousseff, num primeiro momento, não fará nenhum mea culpa. Vai insistir que caiu devido a um golpe. O mea culpa será produzido, se for, bem mais tarde.
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