O presidente da Fieg, diz líder sindical, teria sugerido que o desgaste de Marconi Perillo é intransponível. O sindicalista acredita que Mabel pode ser candidato ao governo

José Eliton e Sandro Mabel: relações cordiais | Foto: Reprodução

Durante anos, o ex-deputado federal e empresário Sandro Mabel e o ex-governador Marconi Perillo conviveram aos trancos e barrancos e chegaram a se considerar “inimigos” (o ex-parlamentar parecia acreditar que Marconi Perillo teria jogado a ex-deputada Raquel Teixeira em cima dele, na época do mensalão, com o objetivo de que cassassem seu mandato). Os luas azuis do tucano-chefe batiam, de maneira implacável, no ex-dono das Bolachas Mabel.

O tempo passou, e agora, segundo um tucano, Sandro Mabel estaria articulando politicamente com Marconi Perillo e, sobretudo, com o presidente do PSDB, ex-governador José Eliton. “Mabel e Zé Eliton se tornaram ‘amigos de infância’”, afirma um jornalista que convive com o tucano.

O que está em jogo? O jornalista postula que uma pessoa ligada a Sandro Mabel — possivelmente, sua mulher, que “desenvolve um trabalho social ativo na Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg)” — deve compor a chapa tucana em 2022. Talvez como vice ou candidata a senadora.

“Inicialmente, Mabel queria se aproximar de Jânio Darrot, o pré-candidato do Patriota a governador. Mas, depois de avaliar que o ex-prefeito de Trindade pode não partir para o enfrentamento com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (Democratas), o empresário e presidente da Fieg teria decidido abrir conversações com o PSDB de Zé Eliton, que considera mais agressivo com relação ao governo estadual”, assinala o jornalista.

“Mabel esteve muito próximo do presidente do MDB, Daniel Vilela. Mas está se afastando, pouco a pouco, por entender que o emedebista está cada vez mais próximo de uma composição com Ronaldo Caiado”, afirma o presidente de um sindicato filiado à Fieg. “Só lamento o fato de a Fieg ser usada como palco de representação político-partidária”, sublinha o empresário. “Defender os empresários é uma coisa, agora usar a Fieg para conquistar mandato não é legítimo”, acrescenta.

O líder empresarial afirma que ouviu de um empresário que Mabel prefere que José Eliton dispute o governo — dado o “desgaste” de Marconi Perillo (sua rejeição é considerada intransponível). O sindicalista sugere que Mabel prefere Marconi como candidato a deputado federal.

O mesmo empresário sugere que Sandro Mabel pode acabar disputando o governo com o apoio do PSDB.