Júnior Friboi: o general e político relutante dificilmente conseguirá ser candidato em 2018. Ele não “saca” a política | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Júnior Friboi: o general e político relutante dificilmente conseguirá ser candidato em 2018. Ele não “saca” a política | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Imagine se, no Dia D da Segunda Guerra Mundial, na Normandia, o comandante dos Aliados, por uma contrariedade qualquer, tivesse abandonado seus soldados e oficiais ao deus-dará. Primeiro, seria destituído. Se­gundo, jamais voltaria a comandar. Terceiro, perderia, para sempre, a confiança dos comandados.

O quase-peemedebista Jú­nior Friboi constituiu um exército poderoso, rico, grande e motivado nos quatro cantos do Estado. Antes, nos tempos em que o marechal Iris Rezende mandava sozinho, o exército peemedebista andava mambembe e reunia-se quase que exclusivamente nos períodos eleitorais. Com o general Friboi, o exército ganhou armas, vestes e calçados novos e passou a receber soldos decentes. Até o coronel Duda Mendonça foi contratado para rever as táticas e a estratégia das forças armadas renovadas.

Entretanto, antes de a guerra começar — o Dia D, a batalha contra o governador Marconi Perillo, outro marechal —, as tropas peemedebistas começaram a brigar entre si. Iris, atirador de elite, saiu de seu tanque e atirou em Friboi. O balaço foi certeiro.

Friboi cauteloso, com receio de ferir um marechal, não reagiu. Levado à enfermaria, foi “operado” e, em poucos dias, o médico de plantão, o general Maguito Vilela, o liberou para novo embate. Porém, ao observar que Iris agora armara-se com uma metralhadora, o general Friboi, temoroso de novo ferimento, decidiu fugir da batalha interna.

Sem pensar duas vezes, ou pensando basicamente nos seus próprios interesses, a sobrevivência pessoal, o general Friboi — ao contrário de um Winston Churchill, que, com a Inglaterra praticamente no chão, decidiu continuar lutando contra o nazista Adolf Hitler — abandonou seus soldados e oficiais. Os tenentes Sandro Mabel, Leandro Vilela, Marcelo Melo, Daniel Vilela e os sargentos Paulo Cezar Martins e Waguinho Siqueira, ao perceberem a fuga do comandante-em-chefe, ficaram desesperados. No início, ficaram receosos e não aceitaram o comando do marechal Iris. Porém, sem outro líder, submeteram-se. A contragosto.

Metáforas militares à parte, Friboi fez o que não se faz na guerra e na política: abandonou os aliados, deixando-os na chapada. Um líder, político ou militar, não pode ser relutante ou acovardar-se. De algum modo, Friboi “entregou” seus aliados ao leão ferido, Iris. Sem qualquer consideração. Aos aliados mais próximos, informou que não vai abandoná-los. Pode até ser que não o faça em termos financeiros, mas em termos de liderança já os abandonou.

Friboi frisou também que vai se preparar para a disputa do governo em 2018, pelo próprio PMDB. Mas com qual exército vai para a batalha daqui a quatro anos? Como o exército vai permanecer o mesmo, quem vai apoiá-lo? Quem vai acreditar no general que abandona a tropa no meio não da guerra, mas da quase-guerra?