Juiz do caso Operação Lava Jato teme que investigados fujam do país
19 maio 2014 às 23h40
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Grupo liberado pelo ministro do Supremo Teori Zavascki articulou esquema de corrupção que movimentou cerca de 10 bilhões de reais
O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki decidiu na segunda-feira, 19, pela soltura do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa. O STF exige que todos os investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, sejam colocados em liberdade. O esquema de corrupção mobilizado pelo grupo supostamente liderado por Paulo Roberto Costa movimentou cerca de 10 bilhões de reais.
“O doutor Sergio Fernando Moro determina a autoridade policial/penitenciária que, ao ser-lhe apresentado o presente alvará de soltura, indo por ele assinado, ponha imediatamente em liberdade, se outro motivo não houver para permanecer preso, o acusado abaixo qualificado, em vista do contido na decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, mediante o compromisso do acusado de não se ausentar da comarca onde declaradamente reside e de entregar o passaporte a este juízo no prazo de 24 horas”, escreveu o juiz do caso.
Pela decisão do ministro Zavascki, oito ações penais, todas abertas pelo juiz Sérgio Fernando Moro, para investigar as denúncias da operação, foram suspensas. O magistrado teme que, como são ricos e têm contas no exterior, alguns dos investigados fujam do país.
No seu despacho ao ministro Zavaschki, Sérgio Fernando Moro escreveu: “Assim, muito respeitosamente, indago à V.Ex.ª o alcance da decisão referida, se estas três ações penais também devem ser remetidas ao Supremo Tribunal Federal e se devem ser colocados soltos os acusados neste feito, entre eles Carlos Chater, Nelma Kodama e Alberto Youssef. Informo por oportuno que há indícios, principalmente dos dois últimos, que eles mantêm contas no exterior com valores milionários, facilitando eventual fuga ao exterior e com a possibilidade de manterem posse de eventual produto do crime. Nelma Kodama, aliás, foi, na véspera da operação policial, presa em flagrante em tentativa de fuga do país quando portava, no aeroporto de Guarulhos, sub-repticiamente 200 mil euros”.