Jogo real do MDB é conquistar uma vaga na chapa majoritária de Ronaldo Caiado
13 junho 2021 às 00h01
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Daniel Vilela é cotado para vice do governador. Gustavo Mendanha pode disputar a Prefeitura de Goiânia em 2024
Afinal, qual é o jogo real do presidente do MDB, Daniel Vilela, do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, do MDB, e do ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, do MDB?
Há três jogos? O jogo de Daniel Vilela é diferente do jogo de Mendanha? Iris Rezende e Daniel Vilela estão jogando no mesmo time?
Na verdade, os três jogadores, digamos assim, movimentam as peças de xadrez de modo diferente, mas o objetivo final é um só: ganhar o jogo.
Como assim? Quer dizer que, na realidade, Mendanha não está jogando para disputar o governo? Não é isto, exatamente, o que se está dizendo. Porque, se o nome do emedebista emplacar, se pesquisas reais — e não as inventadas pelos titereiros —, é evidente que ele colocar o seu nome no jogo.
Entretanto, até por lealdade à memória de Maguito Vilela — que praticamente o construiu, e com o apoio de Daniel Vilela —, Mendanha não vai tentar atropelar o principal líder do MDB, o jovem que, em 2020, enquanto o prefeito não saía de sua cidade, viajou pelo Estado inteiro articulando candidaturas para prefeito e bancando-as até o fim.
Na semana passada, Mendanha retomou as conversas com aliados verdadeiros, e não com aliados “interesseiros” — verdadeiros titereiros, como o ex-governador Marconi Perillo e o empresário Sandro Mabel. O prefeito e Daniel Vilela conversaram demoradamente sobre o presente e o futuro.
O que ficou acertado? Que o diálogo será feito dentro do partido, sem jogadores de fora, como Perillo e Mabel (o primeiro trabalhou para soterrar o MDB durante 20 anos). Os líderes, como Daniel Vilela e Iris Rezende, sempre serão ouvidos e nenhum deles será menosprezado e atacado (recentemente, um assessor de Mendanha atacou Iris Rezende, com certa violência verbal, o que desagradou muita gente — de Agenor Mariano, da jovem guarda, a Mauro Miranda, da velha guarda). Nem Adib Elias, que não tem simpatia alguma por Daniel Vilela, apreciou o “ataque” gratuito.
Mas retomando: qual é o jogo central do MDB? Não é lançar candidato próprio a governador, correndo risco desnecessário, considerando que o governador Ronaldo Caiado está com as portas abertas para o MDB e seus jovens líderes.
Se perder a eleição para governador, entrando no páreo com uma candidatura fraca, sem estrutura adequada, o MDB sairá enfraquecido da disputa. Há inclusive a possibilidade de não eleger deputados federais e poucos deputados estaduais, como em 2018.
O MDB não vai pressionar, mas, para compor com Ronaldo Caiado, terá espaço na chapa majoritária. Pode ser a vice. Pode ser a vaga para senador.
No caso de vice, o candidato poderá ser Daniel Vilela (e até, se quiser, Mendanha). Há também a possibilidade de, não indicando a vice (que iria para Lissauer Vieira, cotado para se filiar ao MDB, no caso de aliança ampla), o MDB indicar o candidato a senador. A escolha será do partido.
Daniel Vilela, atendendo o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, planeja eleger de dois a três deputados federais em 2022 (um deles pode ser o próprio Daniel Vilela ou Leandro Vilela, além de Pedro Chaves e, possivelmente, Célio Silveira).
Qual projeto fica para Gustavo Mendanha? Possivelmente, disputará a Prefeitura de Goiânia, em 2024. É um de seus sonhos e mais exequível do que o governo de Goiás em 2022. Porque Ronaldo Caiado está muito bem avaliado.