Jogo das oposições pode ser lançar mais candidatos pra tentar garantir o 2º turno

10 outubro 2021 às 00h01

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Há uma crença de que Ronaldo Caiado já estaria “garantido” no segundo turno. O receio é de que seja reeleito no primeiro turno
As oposições estão unidas ou desunidas? Não se sabe direito. O mais provável é que estejam “perdidas” por falta de um líder que seja aceito por todos.
No momento, o ex-governador Marconi Perillo, do PSDB, está tentando assumir o comando das oposições. Mas há uma certa resistência.

Pré-candidato a governador, Mendanha quer o apoio de Perillo — está andando no interior com os marconistas-raiz Eliane Pinheiro e Valmir Pedro —, mas, dado o desgaste do ex-governador (processos e prisão), evita “assumi-lo” à luz do dia. O prefeito de Aparecida de Goiânia quer passar a imagem de que, mesmo recebendo apoio do marconismo, é “independente”, o que, em política, é praticamente impossível.
Atribui-se a Marconi Perillo — mas também ao presidente do Patriota, Jorcelino Braga — a tese de que, para levar o pleito para o segundo turno, as oposições precisam lançar pelo menos três candidatos a governador. Há uma crença de que o governador Ronaldo Caiado, dadas a sua aliança e a força derivada de estar no poder, tem uma vaga garantida no segundo turno. O que se teme, com o lançamento de um único candidato, é a vitória do líder do DEM já no primeiro turno.
Entre os nomes que as oposições podem lançar no primeiro turno estão Mendanha, Perillo e o ex-prefeito de Trindade Jânio Darrot (que disse ao Jornal Opção, recentemente, que não aceita ser vice de Mendanha, mas que poderão caminhar juntos no segundo turno).

Perillo, na verdade, quer ser candidato a deputado federal. Mas estaria encomendando pesquisas para aferir se sua rejeição está diminuindo (continua alta) e sua popularidade (ainda baixa). Porém, como formulador da tática de vários candidatos para garantir o segundo turno, pode acabar se tornando candidato a governador.
Mendanha quer disputar o governo e, a rigor, já está em campanha — extemporânea, por certo. Ele fica mais tempo no interior e discutindo a eleição de 2022 do que em Aparecida de Goiânia e raramente debate questões administrativas, exceto para postar nas redes sociais, simulando que está, de fato, trabalhando. Funcionários da prefeitura comentam que ele terceirizou a gestão para dois secretários, André Rosa e Fábio Passaglia.
O que Mendanha teme é que, como é menos conhecido, acabe por ser atropelado por Perillo. Ele receia ficar em terceiro lugar. Por isso está indeciso em relação à tese de três candidatos das oposições. No fundo, talvez queira a formatação de uma ampla aliança para bancá-lo.
Aliados de Jânio Darrot são apóstolos da tese de que mais candidatos podem garantir o segundo turno.
Então, se falta um líder, há pelo menos duras teses vigorando. Primeiro, e mais aceita, a de que mais candidatos pode assegurar o segundo turno. Segundo, que a união já no primeiro turno pode fortalecer o candidato a governador da oposição.