JBS teria repassado 9 milhões de reais para Frederick Wassef
20 agosto 2020 às 19h23
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A revista “Crusoé” afirma que o presidente Jair Bolsonaro ligou para a Procuradoria Geral da República receber o advogado, suposto lobista da JBS
A revista digital “Crusoé” publicou a reportagem “Bolsonaro pediu a Aras para que Wassef fosse recebido em reunião para tratar de acordo da JBS”, assinada por Luiz Vassalo e Rodrigo Rangel, na quinta-feira, 20, com informações explosivas.
Supostamente agindo como advogado informal ou lobista, Frederick Wassef teria recebido 9 milhões de reais da JBS, empresa controlada pelos empresários goianos Joesley Batista e Wesley Batista. A Procuradoria-Geral da República decidiu instaurar notícia de fato para verificar a informação. O Ministério Público do Rio de Janeiro, ao examinar um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), identificou transações tidas como suspeitas entre o advogado (ou ex-advogado) da família Bolsonaro e a maior empresa de carnes do país.
Os 9 milhões de reais teriam sido pagos pela JBS a Frederick Wassef entre 2015 e 2020 (Bolsonaro assumiu a Presidência em 1º de janeiro de 2019). A notícia mais impactante da “Crusoé” é que o advogado teria sido recebido na Procuradoria Geral da República a pedido do presidente Jair Bolsonaro. O objetivo da reunião era discutir a delação acordada por Joesley e Wesley Batista com o Ministério Público Federal.
Segundo a “Crusoé”, Bolsonaro ligou diretamente para o subprocurador-geral José Adonis Callou de Araújo Sá, na época coordenador da Lava-Jato na PGR, para que recebesse Frederick Wassef. José Adonis era, então, auxiliar de Augusto Aras, o procurador-geral da República.
Frederick Wassef disse, de acordo com a “Crusoé”, que não seria ajusto anular o acordo de delação de Joesley e Wesley Batista. Os irmãos são acusados de mentir para o Ministério Público, daí a possibilidade de se anular o acordo de delação. Se o acordo não for reafirmado, os empresários poderão retornar para a cadeia.
O procurador teria dado um chega-pra-lá no ousado Wassef, que não tinha nem procuração para discutir o assunto.