Especialistas disseram ao “Estadão” que pode ser o plano B para proteger o patrimônio dos Batistas. JBS nega que fará recuperação judicial

Wesley e Joesley Batista: o grupo nega recuperação judicial

O jornal “O Estado de S. Paulo” publicou na sexta-feira, na coluna Broad, assinada pelas repórteres Aline Bronzati, Cynthia Decloedt e Fernanda Guimarães, a reportagem “Recuperação judicial pode ser plano B para irmãos Batista”. Seria um dos caminhos para proteger os negócios da JBS.

O “Estadão” frisa que a recuperação judicial pode proteger “o patrimônio das empresas” da holding J&F (José e Flora, nomes dos pais de Joesley e Wesley Batista). “Esse seria um “plano B” à venda de ativos a toque de caixa, que não avança no ritmo desejado. Como se não bastasse o grande temor de investidores em relação à insegurança jurídica dos acordos de leniência feitos até agora no País, a Justiça Federal jogou areia na venda dos ativos da JBS na América Latina para a Minerva. Na sequência, a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou o bloqueio de bens da empresa. Assim, uma coisa é certa: o congelamento do processo de desinvestimento dá tempo para que os interessados nas empresas do grupo aprofundem suas diligências – a contragosto dos irmãos Batista, que vinham pressionando potenciais compradores para um rápido desfecho”.

O jornal frisa que a dívida da JBS é gigante e que a venda se ativos fará “apenas cócegas”. As repórteres sugerem que “os bancos credores certamente ficarão com parte dos recursos. Sem falar que a conversa passa também por BNDES, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, que precisam liberar garantias. E o mercado desconfia que o presidente Michel Temer possa se vingar de Joesley Batista por meio de algum banco público, justamente em um momento em que o BNDES tem feito esforço para cumprir ritos de compliance e transparência”.

A J&F divulgou nota por intermédio da qual descarta “a possibilidade de recuperação judicial”: “A controlada JBS mantém sua situação financeira robusta, com faturamento de mais de R$ 170 bilhões em 2016, e continua trabalhando normalmente, com total foco no fornecimento de produtos e na prestação de serviços. A alta qualidade desses produtos e serviços é reconhecida mundialmente e não sofreu questionamentos das autoridades”. A empresa negou ainda que o programa de desinvestimentos da JBS  esteja sendo feito a toque de caixa”, mas que “encontra-se apenas na fase de encaminhamento ao Conselho Administrativo da empresa e comunicação aos acionistas e ao mercado – e que a decisão judicial a esse respeito não é definitiva e será alvo dos recursos cabíveis”.