Auxiliar do prefeito de Aparecida criticou Iris por apoiar Ronaldo Caiado para governador. Iristas sugerem que não se deve trabalhar pela volta de Marconi Perillo

Os políticos são mestres na arte dos “sinais”. As críticas de Carlos Júnior, presidente do MDB metropolitano, ao ex-governador, ex-senador e ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende foram interpretadas pelo irismo como “recados” do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB).

Primeiro, Mendanha teria mandado “bater” em Iris Rezende — usando um auxiliar seu e ex-auxiliar de Iris Rezende (era da “cozinha” do ex-prefeito) — com o objetivo de sugerir que, com o seu apoio, planeja disputar o governo de Goiás.

Segundo, o prefeito estaria postulando, na avaliação dos iristas, que não precisa da autorização do presidente do MDB, Daniel Vilela, para atacar uma figura do porte político de Iris Rezende. O próximo a ser “desancando” pode ser o próprio Vilela.

Gustavo Mendanha, Daniel Vilela e Iris Rezende: a linha de frente do MDB em Goiás: por que tentar humilhar o decano?| Foto-Jackson Rodrigues/Prefeitura de Goiânia.

O fato é que o irismo não aprovou a fala de Mendanha expressada pela voz de Carlos Júnior. “Iris Rezende leu o que ele disse e ficou calado. Mas, no fundo, sentiu que Gustavo tentou humilhá-lo”, assinala um veterano irista e emedebista histórico.

Ao contrário do que sugeriu o presidente do MDB metropolitano, Iris Rezende, do alto de sua autoridade moral, conquistada pelo fato de fazer política há mais de 60 anos — e, portanto, não ser um cristão-novo no partido —, não está fazendo “jogo duplo”. O decano emedebista disse, com todas as letras, que vai apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado, do partido Democratas — que, por sinal, o apoiou para governador na disputa de 2014.

“Ao contrário de outros emedebistas, Iris não vai trabalhar, nem direta nem indiretamente, para ‘ressuscitar’ Marconi Perillo — missão, ao que parece, de Gustavo”, afirma um irista. “O projeto de apoiar Ronaldo Caiado tem muito a ver com o fato de que Iris não aceita composição com político que se comportou como algoz dos principais líderes do MDB, inclusive Léo Mendanha, durante 20 anos. Parece que Gustavo se esqueceu disso, em nome de interesses políticos imediatos. Mas Iris e, certamente, Daniel Vilela não esqueceram”, afirmou, em conversa com um repórter do Jornal Opção, um grupo de iristas.