Iris Rezende tem seu Romero Jucá, seu Geddel Vieira e seu Henrique Alves na Prefeitura de Goiânia
07 janeiro 2017 às 12h44

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A ressalva é que, diferentemente do presidente Michel Temer, o prefeito peemedebista protege quem está sob as malhas da Justiça

Um grupo do PMDB está tentando criar coragem para fazer uma visita ao prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), e dizer-lhe que, ao contrário do presidente da República, Michel Temer (PMDB), está protegendo auxiliares que, desde algum tempo, estão sob as malhas da Justiça. Um vereador é peremptório: “Aparentemente alheado aos tempos modernos, em que se decide com rapidez, Iris não percebeu que, na prefeitura da capital, tem seu Romero Jucá, seu Geddel Vieira e seu Henrique Alves. A ressalva é que, diferentemente de Michel Temer, não quer colocá-los para fora do governo”.
O Romero Jucá, o Geddel Vieira e o Henrique Alves da gestão de Iris Rezende são, segundo os peemedebistas que estão alertando o prefeito, o secretário de Governo, Samuel Almeida, o secretário de Cultura, Kleber Adorno, e a secretária Municipal de Assistência Social (Semas), Márcia Carvalho. De fato, o trio responde a processos judiciais e, segundo os peemedebistas, até podem ser considerados “fichas sujas”. Porém, mesmo advertido de que não deveria manter ao menos Samuel Almeida e Kleber Adorno — que inclusive tem rejeição entre artistas —, o prefeito não se manifesta, como se avaliasse que está acima, muito acima, da Justiça.
Os peemedebistas, perguntados sobre a qualidade do secretariado de Iris Rezende, disseram que há quadros de qualidade em Goiânia — “tanto no PMDB quanto fora do partido”. “O problema é que Iris não gosta de ouvir e, embora tenha sido advogado militante, não dá importância às decisões judiciais.”
Mas é provável que haja outro componente. Como o grupo político de Iris não se renovou, não há novos quadros. Na falta de contatos com a sociedade — um grande quadro, Edward Madureira (PT), rejeitou a Secretaria da Educação —, Iris Rezende nomeou quem estava à mão, quer dizer, quem trabalhou na sua campanha. O resultado é que o secretariado tem sido chamado de “rei dos processos judiciais”.