Iris planeja disputar a Prefeitura de Porangatu contra Vanuza Valadares

Comenta-se, nos bastidores, que a prefeita de Porangatu, Vanuza Valadares, a caminho do União Brasil, e Márcio Luis da Silva, do MDB, estariam próximos de fechar um acordão.

Na disputa da reeleição, Vanuza Valadares teria um vice do MDB — talvez o empresário Rafael do Charque.

De acordo com duas fontes, o coronel Polidório, comandante da Polícia Militar no município, não admite publicamente que será candidato a prefeito, sobretudo por receio de perseguição política. Mas grupos políticos locais planejam bancá-lo para prefeito. Por qual partido? Pode ser pelo MDB ou pelo PL.

Rafael (Rafa) do Charque também está se colocando, no momento, como pré-candidato a prefeito — e pode disputar pelo MDB ou outro partido, como o PL. É um empresário jovem, arrojado e tem fama de gestor eficiente no setor privado.

Há quem postule que uma chapa com Coronel Polidório e Rafael do Charque pode se tornar imbatível.

A surpresa do pleito pode ser o produtor rural Iris Nunes, ainda sem filiação partidária. “Quatro partidos querem minha filiação e me apoiariam para prefeito. Mas só vou decidir a filiação depois de conversar com o grupo que me apoia.” Aliados dizem que tem estrutura — money — para uma disputa dispendiosa. “Os Valadares têm bala na agulha e não têm dó de gastar dinheiro em campanhas eleitores”, afirma um vereador.

Há pouco tempo, Iris Nunes havia colocado o nome no debate, mas depois “desapareceu”. Agora, está de volta. Ele garantiu ao Jornal Opção que planeja ser candidato e que não pretende recuar.

Há quem postule que, se polarizar com Vanuza Valadares, e sobretudo se esta não conseguir o apoio do MDB de Márcio Luis, Iris Nunes — que os aliados já chamam de “Iris do Norte” (numa referência a Iris Rezende, que foi prefeito de Goiânia várias vezes) — passa a ter alguma chance de derrotar a prefeita.

Por causa de obras recentes, numa praça nas proximidades da Lagoa Grande e de ter iniciado a recuperação de algumas ruas da cidade — o deputado federal José Nelto, do pP, diz que ter conseguido milhões de reais para a prefeitura —, a imagem de Vanuza Valadares melhorou, e muito. Portanto, a prefeita tem chance de ser reeleita.

Há, porém, uma questão onipresente: o que resultará da investigação da Polícia Federal na Prefeitura de Porangatu? A denúncia investigada, que levou a um processo judicial, pode responsabilizar Vanuza Valadares e o ex-prefeito Eronildo Valadares, marido da prefeita? Não se sabe. Eles responderão a processo na Justiça Federal, pois os supostos problemas têm a ver com recursos do governo federal.

Fala-se em possível prisão de Eronildo Valadares e até mesmo de Vanuza Valadares. Entretanto, tais investigações podem resultar em perda de mandato e em inelegibilidade, mas dificilmente em prisão. Porém, no momento, não há nada que impeça a prefeita de disputar a reeleição e, mesmo sem acordo com o MDB de Márcio Luis, é apontada como favorita. Se houver acordo com o emedebismo, a gestora municipal poderá se considerar eleita.

Sem Márcio Luis na parada, como candidato ou apoiador de Rafael do Charque ou Coronel Polidório, as chances de Vanuza Valadares aumentam. Porque, a rigor, será a única profissional política no jogo. A maioria, apesar de bem-intencionada, ainda é amadora. “Na verdade, para enfrentar profissionais como os Valadares, sobretudo o expert em campanhas Eronildo, quem teria mais chance de vencê-la seria exatamente Márcio Luis, que é articulado e tem recursos financeiros e popularidade”, afirma um segundo vereador. “Porém, Márcio Luis está mais interessado em dirigir a Facieg e não quer saber de Porangatu”, acrescenta. Um emedebista contrapõe: “Márcio Luis não abandonou Porangatu. Só avalia que não está na hora de fazer campanha. Ele está sendo precavido e, assim, está examinando o quadro político… com lupa”.

Além de Rafael do Charque, Coronel Polidório e Iris Nunes, o vice-prefeito Capitão Pires (Agir) também está no jogo. Há quem aposte que ele será candidato a vereador. A tendência é caminhe com as oposições.

José Uilton diz que o PT está aguardando as articulações, mas opera para unir as oposições democráticas contra Vanuza Valadares — cujo marido se apresentou, na campanha passada, como “inimigo” visceral do presidente Lula da Silva. Chegou a dizer que, se o petista-chefe fosse eleito, ele fecharia sua loja, a Valadares, e demitiria todos os funcionários. O líder red ganhou e o empresário não encerrou seus negócios; portanto, o que disse ficou caracterizado com pressão eleitoral, como tentativa de interferir no pleito com ameaças contra os trabalhadores de sua empresa. Eronildo Valadares, dono de um patrimônio superior a 34 milhões de reais — já era rico antes de se tornar político —, não faz questão de esconder que é o “maior bolsonarista” de Porangatu e do Norte goiano.

A pergunta que todos fazem na cidade é: se Vanuza Valadares, por algum motivo, não puder disputar a reeleição, daqui a um ano e um mês, em 2024, quem será o candidato dela e de Eronildo Valadares? Não dá para saber, até porque a prefeita avalia, de acordo com aliados, que será candidata e que sua gestão é “decente” e, por isso, nada lhe ocorrerá. Por vias das dúvidas, um de seus filhos, Givago Valadares, voltou a frequentar eventos da prefeitura. O jovem engenheiro de 30 anos, com um patrimônio declarado ao TSE de 780 mil reais, gosta de política, tem discurso afiado e pode ser a alternativa da família Valadares para prefeito de Porangatu. (E.F.B.)