Pela primeira vez desde a promulgação da Constituição Federal o partido poderá reeleger os prefeitos dos dois maiores municípios goianos ao mesmo tempo

Iris Rezende e Gustavo Mendanha: até agora, favoritos | Foto: reprodução

O cenário político atual indica para uma hegemonia jamais vista no eixo Goiânia-Aparecida de Goiânia. O MDB, pela primeira vez, pode reeleger os prefeitos dos dois maiores municípios do Estado ao mesmo tempo, desde a promulgação da Constituição Federal. Tanto Iris Rezende, na capital, quanto Gustavo Mendanha, no município vizinho, começam o ano como favoritos ao pleito de outubro.

Em Goiânia, Iris pode repetir o feito alcançado em 2005 e 2009, quando venceu duas eleições consecutivamente. No ano em que foi reeleito, 2009, Maguito Vilela ganhou o primeiro mandato em Aparecida.

Desde 1989, Goiânia elegeu a seguinte sequência de prefeitos: Nion Albernaz (então no PMDB), Darci Accorsi (PT), Nion Albernaz (já no PSDB), Pedro Wilson (PT), Iris Rezende (PMDB, por duas vezes seguidas), Paulo Garcia (PT) e, novamente, Iris (MDB).

No mesmo período, em Aparecida de Goiânia, a sequência foi a seguinte: Sebastião Lemes (PMDB), Ademir Menezes (pelo MDB e depois pelo PFL), José Macedo (PFL), Maguito Vilela (PMDB e já com o novo nome do partido, MDB) e Gustavo Mendanha (MDB).

Portanto, mesmo que o partido tenha dirigido as duas cidades concomitantemente, nunca houve, até agora, a reeleição de dois emedebistas no mesmo ano. Tabu que pode ser quebrado em 2020.

Capital político

Além do valor simbólico, ter os prefeitos dos dois municípios mais populosos do Estado traz um grande capital político. Juntas, Goiânia e Aparecida têm 2,1 milhões de habitantes (7,1 milhões é a população total do Estado) e 1,2 milhão dos 4,4 milhões de eleitores. São duas gigantescas vitrines, portanto.

Em Aparecida de Goiânia, ao menos até agora, Mendanha não tem adversários fortes. Professor Alcides, que poderia ser este nome, reluta em aceitar o convite do presidente do PP, Alexandre Baldy, para a empreitada. Delegado Waldir Soares (PSL), outro que tem o nome ventilado, não deseja deixar a Câmara dos Deputados no momento. A tendência é que ele indique alguém para compor uma chapa majoritária. Mesmo o PT deve caminhar com Mendanha.

Em Goiânia, a situação não é tão confortável, apesar do favoritismo de Iris. Há, no momento, 14 pré-candidatos a prefeito na capital. Alguns já disputaram o cargo antes, como Vanderlan Cardoso (que vai para o PSD), Adriana Accorsi (PT) e Francisco Júnior (PSD). Mas a maioria disputará o cargo majoritário pela primeira vez, como Elias Vaz (PSB), Virmondes Cruvinel (Cidadania), Eduardo Prado (de saída do PV), Talles Barreto (PSDB), Vinicius Cerqueira (Pros), Major Araújon (PSL), Dra. Cristina Lopes (que vai para o PL), Felisberto Tavares (PR), Cristiano de Moraes (PV) e Mariana Lopes (PSOL).

Até o prazo limite para registro de chapa, muita coisa vai mudar. Nesse período, é normal que muitos pré-candidatos se apresentem, mas que mudem de rumo ao longo do afunilamento do processo. Contudo, no retrato político do momento, Iris e Mendanha podem sonhar com a dobradinha em outubro.