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Humberto Aidar, deputado do PT: “Bancar o vice de Iris Rezende é o mesmo que dizer que o PT não serve para governar Goiânia” | Fernando Leite/Jornal Opção

 

O deputado estadual Hum­berto Aidar radicalizou: “Se não lançar candidato a prefeito em Goiânia, em 2016, o PT estará dando um atestado de incompetência a si próprio”.
Ligado à tendência liderada pelo deputado federal Rubens Otoni, Aidar diz que o PT “tem vários trunfos e não pode abdicar deles. Nós temos o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia. Com alguns ajustes, ele deslancha. Temos a presidente da República, Dilma Rousseff. Temos uma história política forte na capital. Temos militância articulada e aguerrida”.

Entrevistado pelo Jornal Opção, Aidar sublinhou, de maneira contundente: “Não acho que o melhor caminho para o PT é andar a reboque do PMDB e de Iris Rezende. Acrescento que, se o partido quiser subordinar-se ao irismo, mais uma vez, vou lutar contra com todas as minhas energias. Por quê? Porque temos bons nomes e não podemos impedir que se testem eleitoralmente. Eu insisto: rejeito qualquer aliança com Iris Rezende. Bancar seu vice é o mesmo que dizer que o PT não serve para governar Goiânia”.

O melhor candidato do PT para prefeito, na opinião de Aidar, é o doutor em agronomia Edward Madureira. “O ex-reitor da Universidade Federal de Goiás não tem desgaste algum, transita bem em todas as tendências do PT e tem forte presença na sociedade. Há a possibilidade de ele atrair o voto de um eleitor que às vezes não vota no PT. Se o partido não bancá-lo vai desperdiçar, por inércia ou falta de visão, um grande político emergente, de conteúdo sólido.”

O deputado frisa que, se Edward não quiser disputar, vai apresentar o próprio nome ao partido. “Mas sei que a ala que apoia o PMDB não bancaria minha candidatura.”
Adriana Accorsi é vista por Aidar como uma candidata qualitativa. “Ela devia ‘cortar’, pela raiz, a história de que será vice de Iris Rezende.”

Como a eleição na capital é em dois turnos, Aidar assinala que os grandes partidos precisam mostrar a cara, apresentar seu projeto para a sociedade e lançar candidato a prefeito. “No segundo turno, articula-se uma aliança política. Agora, se ganha a prefeitura sem o PMDB, o PT poderá governar ao seu modo, assim, não ficará engessado pelo peemedebismo. Em Goiânia, até o vice de Paulo Garcia, Agenor Mariano, do PMDB, está ‘batendo’ em sua gestão.”

“A militância”, destaca Aidar, “quer pedir voto para um candidato do PT e não tem entusiasmo algum com Iris Rezende. Os militantes perguntam: ‘Se o PT não vai lançar candidato a prefeito em Goiânia, que repercute em todo o Estado, como poderá cobrar que se lance candidatos no interior?”

Aidar diz que o PT precisa pensar e agir de maneira mais abrangente. “Se não lançarmos candidato em Goiânia, em 2016, deixando de fortalecer as estruturas do partido na principal cidade do Estado, nós teremos dificuldade para bancar um candidato a governador consistente em 2018. O começo para disputar bem o governo do Estado é ter uma estrutura sólida na capital. Por que parte do PT quer renunciar ao poder? Não se sabe.”