Há um clamor em Ipameri pela volta de Daniella Carneiro. Mas Janinho tem tempo para se recuperar
19 março 2023 às 00h00
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Na eleição de 2020, o prefeito de Ipameri, Janinho Pacheco, do Podemos, derrotou Ludmila Cozac, mas com apenas 380 votos de frente. Ele ficou com 34,47% e a integrante do MDB obteve 31,86% dos votos válidos. O terceiro colocado, Bartô Nascimento, recebeu 23,79%.
A cidade parecia duvidar da capacidade administrativa de Janinho Pacheco. Os moradores de Ipameri dizem que se trata de um “político de bem”, que “não rouba o Erário” e é “bem-intencionado”. Mas é consenso que, apesar disso, não tem vocação administrativa.
“A rejeição de Janinho é alta e crescente. E são vários os motivos: a cobrança da Taxa de Lixo, parentes empregados na prefeitura e a colocação de uma nova empresa para tomar conta da água do município. Há também o fato de que Janinho ‘não’ é o verdadeiro prefeito do município. Por direito, é o prefeito, mas quem manda mesmo é um grupinho. Consta que, algumas vezes, o prefeito nem mesmo sabe o que está assinando. Janinho precisa cuidar melhor de seu cadastro de pessoa física, mais conhecido como CPF. É provável que, se for derrotado, o próximo prefeito irá fazer uma auditoria para abrir a caixa-cinza de sua administração. O CPF que está em jogo é o do prefeito, e não o de sua assessoria”, pontua um político experimentado da cidade.
Daniella Carneiro Vaz não foi uma prefeita excepcional, mas, de acordo com duas fontes da cidade, há um “clamor” por sua volta. Os motivos da popularidade da ex-prefeita são basicamente dois. Primeiro, segundo as fontes, cuidava melhor do social — era preocupada com o setor. “Janinho, pelo contrário, é descuidado. Ele anda sempre apressado, mas a gente não sabe qual é o resultado de sua pressa”, diz um de seus críticos.
Segundo, Daniella Carneiro “mandava na prefeitura, administrava de fato, não era preposta de ninguém. A ex-prefeita tinha conhecimento de tudo o que acontecia na sua gestão. Janinho sempre tem de perguntar para alguém o que está sendo feito, parece mal-informado sobre sua própria gestão”, diz um ex-vereador.
O empresário Bartolomeu Honório do Nascimento, o Bartô, disse ao Jornal Opção que planeja ser candidato a prefeito em 2024. Ele diz que está no jogo.
O grupo de Bartô postula que, como Janinho Pacheco e Daniella Carneiro representam o mesmo grupo político, o empresário do ramo de supermercado tem condições de conquistar os votos que “não” são da dupla.
Um analista da política local afirma que, no momento, Daniella Carneiro é a favorita, e Janinho Pacheco tende a ser o segundo colocado. Mas ressalva: “Está cedo para opiniões peremptórias. Janinho tem mais de um ano e meio para se recuperar, para concluir obras. Bartô precisa criar um grupo político consistente, e desde já. Se quiser disputar de igual para igual com os dois mais fortes precisa começar a trabalhar mais cedo, com um marketing azeitado, que até agora não tem”. (E.F.B.)