Gustavo Mendanha pode disputar o governo com o apoio de Bolsonaro e Major Vitor Hugo?

28 março 2021 às 00h01

COMPARTILHAR
Emedebista afirma que o prefeito de Aparecida de Goiânia vai acabar seguindo o projeto do presidente do MDB, Daniel Vilela
O que há de verdade na história de que o deputado federal Major Vitor Hugo, do PSL, estaria articulando a candidatura do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), para governador de Goiás?
Não se sabe a veracidade da história. O que se sabe é que tem sido ventilada no mercado persa da política.

Segundo a narrativa, Gustavo Mendanha seria candidato a governador, com Major Vitor Hugo disputando mandato de senador. Tal chapa seria bancada pelo presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, aliados de Bolsonaro têm sugerido que a tendência é que ele apoie a reeleição do governador Ronaldo Caiado. “Bolsonaro tem se movimentado da seguinte forma: ele quer se filiar a um partido no qual possa ter controle dos diretórios estaduais, para agasalhar seu pessoal e manter aliados fiéis na campanha de 2022. Em suma, o presidente quer ter palanques leais à sua reeleição. Então, ele vai apoiar, nos Estados, aqueles candidatos que o apoiarem”, afirma um deputado bolsonarista.
O palanque preferencial de Bolsonaro é o de Ronaldo Caiado, do Democratas. “Entretanto, se o DEM lançar o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta para presidente, é natural que Caiado não possa apoiá-lo, ao menos no primeiro turno. Portanto, é preciso ter uma segunda opção — como Jânio Darrot ou Gustavo Mendanha.”
Um repórter do Jornal Opção ouviu dois emedebistas, em “off the records”. “Não há nenhuma briga entre Gustavo Mendanha e Daniel Vilela. Na verdade, Gustavo tenciona com o governador Ronaldo Caiado muito mais para fortalecer Daniel do que para enfraquecê-lo. De fato, Gustavo ouve que sua grande oportunidade é agora, que o cavalo não passa arreado duas vezes. Mas o fato é que, segundo as pesquisas, o cavalo não está arreado e muito menos está parado na sua porta. O que as pesquisas sugerem é que ele tem alto potencial de crescimento, porque sua administração é muito bem avaliada. Só que o jovem ainda é pouco conhecido em todo o Estado. Há outro problema: o vice de Gustavo, Vilmar Mariano da Silva, não é muito ‘confiável’”, afirma um dos emedebistas.

O outro emedebista assinala: “Gustavo é político e, por isso, tem de conversar com todo mundo, como Major Vitor Hugo, Jânio Darrot, Jorcelino Braga e Sandro Mabel. Por que não pode disputar o governo de Goiás em 2022? Vá que Daniel faça opção para disputar mandato de deputado federal ou senador, então o MDB precisará de um candidato a governador e seu grande nome, depois de Daniel, é o Gustavo, que, além de político hábil, tem experiência como administrador, e dos mais criativos. É possível notar que está começando a polarizar com o governador Ronaldo Caiado? Talvez. Políticos se definem a partir do poder do outro, ou seja, daquele que planeja enfrentar. É normal. Hoje, o candidato natural a governador pelo MDB é Daniel, mas ele não parece tão motivado quando Gustavo. Frise-se que ninguém é candidato a vice, e ainda mais agora. O MDB tem de postular o governo”.
Este emedebista avalia que o fato de Gustavo Mendanha ser evangélico pode constituir um trunfo. “Uma frente evangélica pode acabar bancando-o. E, se ficar como representante de Bolsonaro, será ainda mais forte.”
Um deputado, que pertenceu ao MDB, é peremptório: “Daniel Vilela tem controle absoluto do MDB. Se ele quiser ser candidato a governador, será. Se quiser ser vice, será. Gustavo Mendanha ainda é um líder de um município, Aparecida de Goiânia, portanto não tem presença estadual. Daniel montou o MDB, em 2020, à sua imagem e semelhança. No fundo, não tem a experiência administrativa de Gustavo Mendanha, mas é muito mais político e conhece todo mundo do partido. Gustavo parece mesmo ‘picado pela mosca azul’, mas ainda lhe falta cabedal político. Precisa esperar um pouco mais. Vaidade excessiva em política pode ser um perigo”.