O deputado federal Gustavo Gaye, do PL, será candidato a prefeito de Goiânia? Ninguém sabe. Talvez nem ele mesmo saiba.

Gayer aparece bem ranqueado nas pesquisas de intenção de voto — tecnicamente empatado, e às vezes até na frente, com os pré-candidatos do PSD, Vanderlan Cardoso, e do PT, Adriana Accorsi.

Mas o entusiasmo de Gayer com a disputa é praticamente nenhum, pois ele gosta mesmo é do fuzuê de Brasília. Porque, a partir da capital do país, se tornou uma celebridade nacional. Uma verdadeira estrela, tanto na Câmara dos Deputados quanto nas redes sociais.

Fred Rodrigues: possível vice de Gustavo Gayer ou de Sandro Mabel | Foto: Alego

Pré-candidatos a vereador já estão avisados que não devem procurar Gayer em busca de ajuda financeira. Porque não receberão um centavo para suas campanhas. O parlamentar tem horror a empresários e já disse que não vai usar o fundo eleitoral do PL em sua campanha — isto, claro, se for candidato a prefeito.

No PL, sobretudo nos bastidores, fala-se três coisas. Primeiro, que Gayer poderá ser candidato. E a ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro é claríssima: em Goiânia quem define é o deputado, e não o senador Wilder Morais, presidente estadual do PL, ou ex-deputado Major Vitor Hugo (que será candidato a vereador).

Segundo, se Gayer não for candidato, o PL poderá bancar Fred Rodrigues para prefeito. No momento, o ex-deputado é apontado como possível vice de Gayer.

Terceiro, comenta-se também que Gayer pode acabar bancando Fred Rodrigues — até para se libertar das “rencas” de candidatos a vereador que o estão procurando — para vice do pré-candidato do União Brasil, Sandro Mabel, a prefeito de Goiânia.

De acordo com uma fonte no PL, Gayer e Mabel já teriam conversado a respeito de uma composição. Não teria ficado nada acertado — Gayer teria pedido prazo de um mês. Dependendo do quadro — por exemplo, se Sandro Mabel crescer —, Gayer poderá sair do páreo e compor com o União Brasil.

Sandro Mabel: pré-candidato do União Brasil a prefeito de Goiânia | Foto: Mariana Capeleti

Mas o que, perguntaria Sigmund Freud, Gayer realmente quer? Simples: ele não esconde, em conversas com aliados, que seu verdadeiro projeto tem pouco a ver com Goiânia. Quer dizer, o deputado planeja ser candidato a senador, em 2026 — de preferência na base do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil, que é popularíssimo.

A chapa governista, desenhada por setores do PL, MDB e União Brasil, seria a seguinte: Daniel Vilela, do MDB, para governador; Gustavo Mendanha, do MDB (ou pelo União Brasil), para vice-governador; e Gracinha Caiado, do União Brasil, e Gustavo Gayer para o Senado.

Frise-se que o outsider Gayer é imprevisível. Não se sabe exatamente o que fará. Em Goiás (não só em Goiânia), no momento, ele não houve conselhos de ninguém. Seu único conselheiro é Jair Bolsonaro. Não há outro. (E.F.B.)