A eleição para governador, senador e deputado estadual e federal será disputada daqui a 35 dias — um “pulinho”, dizem os políticos. Mesmo assim, os políticos estão se posicionando, ou até se reposicionando, tendo em vista a eleição de 2024 — que será disputada daqui a dois ano e um mês.

Todos os possíveis players da disputa de 2024 estão se colocando, direta ou indiretamente, na disputa de 2022.

Rogério Cruz e Ronaldo Caiado: prefeito tende a ter o apoio do governador | Foto: Divulgação

No momento, o candidato natural é o prefeito Rogério Cruz, do Republicanos, que deverá obter o apoio do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil. Candidato a senador, João Campos tentou levar todo o Republicanos para a campanha do candidato a governador pelo Patriota, Gustavo Mendanha. No entanto, não conseguiu. Rogério Cruz e o deputado Jeferson Rodrigues colocaram o partido no centro da campanha do gestor estadual. João Campos, pode-se sugerir, ficou só, solamente só.

Estando no poder, e recuperando a infraestrutura da cidade, concluindo as obras que Iris Rezende deixou inconclusas e fazendo outras obras, Rogério Cruz é um candidato forte. Com o apoio de Ronaldo Caiado, se este for reeleito, será ainda mais forte do que na disputa de 2020, quando era o vice de Maguito Vilela, do MDB.

Flávia Morais: está chegando a hora de tentar o Executivo | Foto: Divulgação

Com mais de 1 milhão de eleitores e uma prefeitura com orçamento de um micro-Estado, Goiânia simboliza força político-eleitoral, econômica, cultural e comunicacional (o que se faz na cidade repercute em todo o Estado — é sua caixa de ressonância). Portanto, vários políticos planejam disputar seu comando em 2024. Porque, além de Goiânia ser uma potência política e econômica, quem se consagra na cidade alcança repercussão estadual, ou seja, estadualiza-se, tornando-se, de político municipal, um político estadual, regional. Mais tarde, aquele que foi prefeito da capital pode-se tornar candidato a governador.

Wolmir Amado: possível aposta do PT na capital | Foto Fernando Leite/Jornal Opção

Duas surpresas podem pintar na disputa pela prefeitura: a deputada federal Flávia Morais, do PDT, e Jânio Darrot, que tem convite para se filiar ao MDB e ao União Brasil.

Flávia Morais e Jânio Darrot são políticos ligados ao município de Trindade (88.014 eleitores), mas, segundo aliados, têm interesse em migrar para Goiânia — cidade que conta com 1.014.456 eleitores. A primeira é deputada federal, sempre uma das mais votadas. O segundo foi deputado estadual e duas vezes prefeito de Trindade. São políticos em ascensão.

Vanderlan Cardoso: senador pelo PSD | Foto: Divulgação

Adriana Accorsi, do PT, se conquistar uma votação consagradora para deputada federal, será a aposta do partido e de Lula da Silva na disputa de 2024. Wolmir Amado tende a não ser eleito para governador, mas está agradando setores do partido, dado seu discurso articulado e uma defesa precisa da hoste red. Pode também ser candidato a prefeito daqui a dois anos.

O PSD vai colocar duas opções no jogo. O plano “a” é o deputado federal Francisco Júnior. O plano “b” é o médico e secretário da Saúde Ismael Alexandrino, do PSD.

Ismael Alexandrino: uma das apostas do PSD l Foto: Reprodução

Se for eleito deputado federal, Ismael Alexandrino se tornará, por certo, um dos players da disputa para prefeito na capital. Recentemente, pisou na bola ao declarar apoio a Marconi Perillo para senador, desconsiderando que seu próprio partido, o PSD, tem candidato a senador, Vilmar Rocha. “Na política quem quer ser esperto demais acaba atropelado”, afirma um integrante do União Brasil, o partido do governador Ronaldo Caiado.

Há quem postule que o presidente da Câmara Municipal, Romário Policarpo, será o vice de Rogério Cruz (frise-se que já é o vice-prefeito, pois como a capital ficou sem vice, o vice era Rogério Cruz, Romário Policarpo é o substituo eventual do prefeito). Mas há também quem avalie que pode ser candidato a prefeito.

Romário Policarpo, presidente da Câmara Municipal de Goiânia | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Outra surpresa pode ser Gustavo Gayer, do PL. A respeito do jovem político há duas interpretações. Há a turma dos que postulam que terá mais de 200 mil votos e há a turma dos que acreditam que pode ter entre 100 mil e menos de 100 mil votos. No caso de ter uma votação consagradora, sobretudo em Goiânia, Gayer — filho da falecida delegada de polícia Conceição Gayer, que foi vereadora em Goiânia — pode ser candidato a prefeito.

O nome em ascensão do PSDB é a vereadora Aava Santiago, espécie de “xodó” ou “mascote” do ex-governador Marconi Perillo.

Adriana Accorsi, deputada estadual | Foto: Divulgação

O senador Vanderlan Cardoso tem dois sonhos, potencializados por sua vocação pelo Executivo: ser prefeito de Goiânia e governador de Goiás. Na disputa deste ano, decidiu apoiar o deputado federal Major Vitor Hugo, do PL, para governador e indicou sua mulher, a empresária evangélica Izaura Cardoso, como primeira suplente do candidato a senador pelo PL, empresário Wilder Morais.

Um vanderlanista disse que Vanderlan Cardoso vai definir seus projetos mais adiante. “O fato de não apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado sinaliza duas questões.

Primeiro, Vanderlan, se disputar a reeleição em 2026, terá pela frente, como principal adversário, Ronaldo Caiado, que deverá disputar mandato de senador.

Segundo, o governador tende a apoiar Daniel Vilela como seu sucessor. Então, desde 2022, Vanderlan percebeu que se tornaria carta fora do baralho na disputa de 2026. Por isso procurou buscar outra composição.”

Um analista da política de Goiás apresenta outra questão: “Vanderlan hoje é um peão do jogo de Jair Bolsonaro, por isso, mesmo sabendo que Major Vitor Hugo não tem chance de ganhar o governo do Estado, decidiu apoiá-lo, a pedido do presidente. Vale sublinhar que, em Goiás, o principal beneficiário do Orçamento Secreto é o senador”.