Gomide, se não for candidato a prefeito de Anápolis, pode apoiar o MDB ou lançar Professora Geli

21 junho 2020 às 00h01

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O petista estaria “desmotivado” por causa de problemas de saúde e por temer isolamento político-administrativo

Antes do que vai se ler, que se faça o registro: o deputado estadual Antônio Gomide, do PT, não disse que não será candidato a prefeito de Anápolis. Para todos os efeitos, permanece como pré-candidato — um dos favoritos, ao lado prefeito Roberto Naves, do partido Progressistas.
O que se lerá a seguir é o registro de conversas da equipe de repórteres do Jornal Opção com quatro petistas e dois emedebistas. (Um dos petistas chegou a dizer: o repórter Caio Salgado, de “O Popular”, me abordou a respeito do assunto.)
Comenta-se que o pré-candidato a prefeito de Anápolis pelo PT, Antônio Gomide, estaria disposto a “recuar”. O deputado teria duas preocupações. Primeiro, sua saúde. Ele fez uma cirurgia no rosto, e algo deu errado, e teve de se submeter a uma nova cirurgia, agora em São Paulo. Mas ficou com um problema, que talvez não possa ser resolvido.

Segundo, há a questão de que, se for eleito, terá uma dificuldade imensa para governar. Quando geriu a prefeitura, por duas vezes, deu sorte de contar com os governos do PT na Presidência da República. As verbas eram fartas. O dinheiro sobrava. Agora, tudo mudou. Ele, caso eleito, terá pela frente dois opositores ideológicos no governo federal, o presidente Jair Bolsonaro, e no governo estadual, Ronaldo Caiado, do partido Democratas.
As duas coisas pesam. Mas o que mais parece incomodar Gomide, ao menos no momento, é o problema no rosto, que dificulta até conversas com as pessoas.
O que fazer? Uma das fontes disse que Gomide estaria estudando dois caminhos.
Primeiro, bancar um candidato do PT em Anápolis e permanecer na Assembleia Legislativa (há quem avalie que não é positivo perder um parlamentar de seu gabarito). Quem seria o candidato? Na verdade, seria uma candidata — será a Professora Geli (Maria Geli Sanches).

A Professora Geli quer disputar? O Jornal Opção publicou uma nota sugerindo que ela poderia ser a candidata do PT, mas, em seguida, a vereadora disse que não iria disputar e que o candidato seria Gomide. De fato, o candidato natural é o deputado. Mas, se ele não disputar, não há outra alternativa — a Professora Geli, que é respeitada na cidade, por ser uma vereadora qualitativa, posicionada.
Segundo, Gomide pode bancar, apesar da resistência do PT, um candidato do MDB. As relações do petista com o presidente do MDB em Anápolis, o dentista e empresário Márcio Corrêa, são consideradas “excelentes”. Gomide poderia apoiá-lo? Se estiver bem nas pesquisas, a resposta é sim. Mas, repetindo, é preciso considerar como será a reação do PT, que, onde tem força eleitoral, não aprecia aceitar a vice de ninguém.
Márcio Corrêa é cotado para vice de Gomide, mas disse a aliados, como o presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, que está decidido a disputar a eleição para prefeito. Ou seja, teria desistido da vice.
O fato é que a aparente “desmotivação” de Gomide criou novas expectativas de poder em Anápolis. Há quem aposte que, se o petista estiver mesmo saindo do páreo, o MDB de Márcio Corrêa passa a ser a segunda via e o PT, com a Professora Geli, cai da segunda para a terceira via — com Roberto Naves permanecendo como primeira via.
Com a pandemia do novo coronavírus, devido sua atuação intensa para salvar vidas, mostrando-se presente, enquanto outros políticos desapareceram, ainda que alegando problemas de saúde, como Gomide, o prefeito Roberto Naves ganhou pontos. Está no jogo e, dizem seus aliados, para ganhar.
Também estão no páreo: Valeriano Chaves, do PSL, Humberto Evangelista, do PSD, José de Lima, do Patriota, Candinho Filho, do Podemos, e João Gomes, do PSDB. O que se comenta é que, com tantos candidatos, o segundo turno está garantido em Anápolis.