Gestão de Mabel na Prefeitura de Goiânia “não” será balcão de negócios
17 novembro 2024 às 00h00
COMPARTILHAR
Aos aliados, de vários partidos, o prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel, do União Brasil, tem dito, de maneira enfática, que sua gestão “não será um balcão de negócios”. O interesse público, gerido de maneira republicana, será o cerne de sua administração. (O que mais prejudicou a gestão do prefeito Rogério Cruz foi o loteamento da prefeitura em feudos, sobre os quais o administrador público perdeu o controle e praticamente se tornou subordinado.)
Sandro Mabel vai procurar unir quadros técnicos — com qualificação comprovada — com quadros com ampla experiência no setor público (casos de Valdivino de Oliveira, Euler Morais e Barbosa Neto).
Os políticos não serão excluídos por serem políticos, mas a prioridade será dada àqueles que, mesmo sendo políticos, têm expertise em alguma coisa.
Barbosa Neto, por exemplo, se especializou em transporte público e Euler Morais, economista por formação, entende muito de planejamento e de modernização da máquina pública. Valdivino Oliveira foi deputado federal, mas consagrou-se como técnico, quer dizer, como secretário de Finanças e da Fazenda de prefeituras (Goiânia e Anápolis) e governo do Estado e do Distrito Federal. É economista. Os três podem ser qualificados como políticos que se tornaram técnicos — “tecnopolíticos”.
Para a pasta da Educação, há dois técnicos preparados, a educadora Giselle Pereira Campos Faria — ligada à secretária da Educação do Estado, Fátima Gavioli — e o economista Claudemir José Bonatto (com mestrado), dirigente de Educação do Sesi e do Senai.
É dado como certo que o médico Luiz Gaspar Pellizzer irá para a Secretaria de Saúde. Mas especula-se que o deputado federal Zacharias Calil, do União Brasil, estaria cotado para o cargo. Ele entende muito de saúde pública, pois atuou como médico, por vários anos, no Hospital Materno-Infantil do governo do Estado. É um nome consagrado da Medicina em Goiás e no país (onde é conhecido como o cirurgião que separa crianças siamesas).
A Secretaria de Habitação pode ser ocupada por Sabrina Garcêz — que teria o apoio de vários vereadores — ou Joel Santana Braga Filho (o prefeito de Anápolis, Roberto Naves, assumiria seu lugar na Secretaria da Indústria e Comércio do governo de Goiás. O gestor municipal, por causa da quarentena, não pode assumir a Codego, ao menos não no início de 2025).
Joel Santana é irmão do presidente da Agência de Habitação do governo de Goiás (Agehab), Alexandre Baldy. Então, a parceria entre prefeitura e governo do Estado poderia ser mais eficiente e rápida. Diz-se que o Estado tem recursos para habitação — o que tem faltado é as prefeituras adquirirem terrenos para os loteamentos e construção.
O setor de Cultura, que pode ser acoplado ao setor de Turismo, tem dois nomes mais ventilados: Ugton Batista, do PL, e Allyson Cabral, que dirigiu o Iphan. Consta que Cabral é o nome mais apreciado pelos ocupantes do Palácio das Esmeraldas.
Irmão do presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (União Brasil), e filho do vereador eleito por Goiânia Tião Peixoto (PSDB), o ex-vereador Wellington Peixoto é cotado para assumir uma secretaria. Ele tem o apoio do irmão, do pai, do Avante de Thialu Guiotti e do PRD do presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo. Trata-se de um apoio encorpado. Frise-se que, na reta final, Bruno Peixoto teve um peso decisivo na vitória de Sandro Mabel.
Francisco Elísio deve ser anunciado, em dezembro ou até antes, para a Secretaria de Infraestrutura. A equipe de Sandro Mabel já está fazendo levantamento das obras inconclusas e das obras prioritárias (já para 2025). Mas, no lugar de apenas ler documentos oficiais — que às vezes não traduzam a realidade com fidelidade —, já está circulando pelos bairros verificando o que foi feito, o que foi feito pela metade e o que precisa ser feito.
Por causa do salário, Francisco Júnior reluta em deixar a Codego. Mas persiste cotado para uma secretaria do governo de Sandro Mabel. Assim como Andrey Azeredo, na cota do MDB, está praticamente definido para compor a equipe.
Paulo Ortegal reluta em ocupar uma secretaria. Mas, na prática, já opera como secretário, pois está anotando os pleitos dos vereadores, com os quais tem conversado com frequência. Ex-auxiliar de Iris Rezende, é o nome certo para operar tanto com políticos quanto com o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), do qual foi conselheiro e presidente. É um diplomata, o que agrada a Sandro Mabel. (E.F.B.)