O senador Vanderlan Cardoso (PSD) ainda trabalha para se tornar o candidato da base governista na disputa pela Prefeitura da Capital em 2024. Em conversas de bastidores, seu grupo político tem sugerido atitudes que o pré-candidato a prefeito de Goiânia pode tomar para garantir ao governo de que manterá eventuais acordos firmados para 2026. 

Acontece que, em 2020,  o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB) apoiou Vanderlan Cardoso em sua candidatura à Prefeitura de Goiânia sob a condição de receber de volta seu apoio em 2022 nas eleições para governador. Quando a data chegou, Vanderlan Cardoso se aliou a outros candidatos ao governo do estado. 

Agora, a base governista hesita em confiar novamente em Vanderlan, em uma situação quase idêntica. O grupo do senador levantou algumas atitudes que ele pode tomar para se amarrar ao compromisso, dando um lastro de confiança concreto. A primeira dessas atitudes já vem sendo mencionada há algumas semanas: que Vanderlan Cardoso deixe a presidência do PSD. 

O efeito dessa medida seria duplo. Por um lado, abre espaço para outro membro da sigla, como Vilmar Rocha, assuma a presidência. Rocha é tido como político experiente, hábil e de palavra; sem traições em seu currículo. Sua presidência tornaria o PSD mais razoável e previsível aos olhos do governo. 

A migração partidária também poderia levantar mais uma barreira contra uma possível deslealdade em 2026. Indo para o MDB de Daniel Vilela ou para o próprio União Brasil de Caiado, Vanderlan Cardoso ficaria sem espaço para se colocar como pré-candidato a governador e, se for eleito em Goiânia, seu trabalho daria sustentação no futuro para aqueles que podem apoiá-lo agora. 

Outro sinal de garantia que pode ser oferecido por Vanderlan Cardoso, segundo seu integrantes de próprio grupo político, é a saída de sua esposa, Izaura Cardoso, da suplência do senador Wilder Morais (PL). Izaura Cardoso é primeira suplente ao Senado, e assume caso Wilder Morais se afastar por qualquer razão. 

Como existe alguma possibilidade de que Wilder Morais dispute um cargo em 2026, quem assumiria o mandato no Senado é Izaura Cardoso. A desistência de Izaura Cardoso da suplência reduziria os estímulos para possível deslealdade em 2026. Significa abrir mão do possível poder no futuro em troca de um apoio agora. Seria uma forma de reduzir a independência, para sinalizar o desejo de integrar a base governista em detrimento de um projeto político próprio. Se parece improvável que isso tudo aconteça, é porque, realmente, é improvável.

(I.C.W)