Fusão entre PPS e PSB vai pro espaço. Mas partidos apostam em Vanderlan para prefeito de Goiânia

06 junho 2015 às 16h05

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As fusões partidárias dançaram a valsa do adeus. O DEM e o PTB desistiram da fusão e seus líderes não querem mais saber de conversa. O chefão do PTB, Roberto Jefferson, que fala pela boca da filha, a deputada federal Cristiane Brasil, planeja expurgar o deputado Jovair Arantes, acusando-o basicamente de ter articulado a derrocada da fusão. De fato, o parlamentar goiano trabalhou, em tempo integral, contra a fusão e para que o partido permanecesse na base da presidente Dilma Rousseff. Na verdade, a maioria dos parlamentares do partido, e não apenas Jovair, prefere permanecer apoiando o governo federal a bandear-se para a oposição. Não se pode desconsiderar também que parte significativa dos integrantes do DEM, como o influente senador Ronaldo Caiado, fez o impossível para detonar a fusão.
Uma fusão que parecia praticamente certa e era positiva para todos também deu com os burros n’água. O PSB e o PPS chegaram a namorar, colocaram as alianças, mas na hora agá fugiram da igreja — deixando os “padrinhos”, Roberto Freire (PPS) e Carlos Siqueira (PSB), desolados. A principal crise se deu nos Estados de Pernambuco e São Paulo. No momento, o PSB é controlado pelos líderes de Pernambuco. Com a fusão, os líderes do novo partido em São Paulo assumiram o comando, o que desagradou os nordestinos. O problema reside no PSB, e não no PPS, que havia aceitado a fusão de maneira coesa.
Na sexta-feira, 12, o PPS deve organizar um encontro para deliberar pela não-fusão. O PSB também vai se reunir, em separado, admitindo que a fusão naufragou.
Em Goiás, o PSB e PPS, mesmo sem a fusão, vão continuar aliados. O PSB será comandado pela senadora Lúcia Vânia, que deve assumir a presidência, e pelo empresário Vanderlan Cardoso, pré-candidato do partido a prefeito de Goiânia. O deputado federal Marcos Abrão, presidente do PPS em Goiás, é sobrinho de Lúcia Vânia e vai manter o apoio à candidatura de Vanderlan.
Vanderlan disse ao Jornal Opção na quarta-feira, 3, que, “mesmo sem fusão, nós [PSB e PPS) vamos caminhar juntos. Só temos a ganhar com a aliança”. O PPS, encorpado com a aliança com Lúcia Vânia e Vanderlan, também quer manter a aliança. Se fizer o prefeito de Goiânia — Vanderlan —, o PSB deve lançar candidato a senador em 2018, Lúcia Vânia, e, se a aliança com o PSDB naufragar, pode até mesmo lançar candidato a governador.
Para Vanderlan, a aliança entre o PSB e o PPS cria uma alternativa política consistente em Goiás, tanto para a disputa de 2016 quanto para a eleição de 2018. “Já começamos com uma senadora e um deputado federal, que são políticos consistentes. Não estamos chegando para marcar posição. Estamos chegando para ganhar eleições.”