A grande festa de confraternização em que se transformou a escolha dos dirigentes do primeiro diretório regional do União Brasil, na noite de sexta-feira, 15, em Goiânia, teve diversos simbolismos. Um deles foi a consolidação do UB como maior partido de Goiás e outro, a tranca do caixão do PSDB.

Depois de o ex-governador Marconi Perillo assumir o comando do partido tucano no Estado, o que estava no UTI recebeu a extrema-unção. A prefeita de Matrinchã, Ivânia Fernandes, entrou no União Brasil com ficha de filiação chancelada pelo presidente do partido em Goiás, o governador Ronaldo Caiado, e seu vice no UB, o ex-deputado federal Delegado Waldir Soares, novo presidente do Detran.

O PSDB não foi enterrado, pois conserva lideranças como a deputada federal Lêda Borges (por sinal, cada vez mais alinhada com o governador Ronaldo Caiado), eleita em último lugar em 2022, e a família Lage (leia-se Otavinho e Jalles Fontoura, hermanos), de Goianésia. Mas poucas pessoas com mandato estão em volta do corpo insepulto do PSDB.

Além de Lêda Borges, o partido tem outros dois deputados, os estaduais Gustavo Sebba e José Machado. Muito pouco para uma sigla que pouco tempo atrás detinha a maioria na Assembleia Legislativa e na bancada federal. No Senado, a maior representante foi Lúcia Vânia, que deixou o partido em junho de 2015. Com Marconi na direção, restam-lhe míseras quatro comissões provisórias nos 246 municípios goianos. E, no final deste abril, ficarão apenas Goiânia e Aparecida, não a de Goiânia com seus 600 mil habitantes, mas a do Rio Doce, que tem 3 mil moradores.

Há um outro aspecto que não pode ser negligenciado: a federação partidária que inclui PSDB, Podemos e Cidadania vai esvaziar, ainda mais, Marconi Perillo em Goiás. Em algumas cidades, a federação é claramente contra o tucano.