Os políticos têm de ficar de olho numa informação que circula nas redes sociais, no momento ainda meio dispersa: muitos usuários — médicos, advogados, professores — dizem que vão anular o voto na eleição de 5 de outubro. Políticos afirmam que em praticamente todas as eleições é assim, mas, no final, o voto nulo é menos significativo do que se esperava. Mas na disputa deste ano pode ser diferente. Por três motivos.
Primeiro, o descontentamento com os políticos, de todos os partidos, é crescente e há uma falta de esperança generalizada. Detalhe: a revolta não é apenas dos muito jovens.
Segundo, o PT, que durante anos representou uma bandeira ética, se tornou um partido tão fisiológico quanto qualquer outro. Em São Paulo, o partido tem um deputado estadual, Luiz Moura, que mantém ou manteve ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma organização criminosa. Suspendê-lo não elide o fato de que foi eleito pelo PT.
Terceiro, milhares de jovens não acreditam na representação política. Por isso saem às ruas para protestos pacíficos ou violentos.
Os jovens estão melhor informados do que se pode imaginar; estão ligados na net, e sabem quem são os ladrões do dinheiro público e a estes não darão o seu voto, e farão a diferença.