Seis candidatos a senador, cinco da base de Ronaldo Caiado, pode ser destrutivo, na campanha, para o postulante do PSDB

 Jayme Rincón e Marconi Perillo: aliados | Foto: Henrique Alves

Há um consenso questionável: diz-se, entre políticos e jornalistas, sempre a mesma coisa — com vários candidatos a senador, Marconi Perillo, do PSDB, terá mais chance de ser eleito. Verdade ou uma interpretação precipitada? Não dá para saber, é claro. Mas é possível propor uma especulação baseada na realidade.

Delegado Waldir, deputado federal do União Brasil| Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Digamos que a base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) lance para senador cinco políticos, com os nomes dispostos a seguir em ordem alfabética: Alexandre Baldy (pP), Delegado Waldir Soares (União Brasil), João Campos (Republicanos), Lissauer Vieira (PSD) e Luiz Carlos do Carmo (PSC). E há também o postulante do PL, empresário Wilder Morais (PL).

João Campos: deputado federal do Republicanos| Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Se Perillo aparecer em primeiro lugar, como está se desenhando, é possível que se torne o principal alvo das críticas e ataques.

O lema dos mosqueteiros — que não eram três, e sim quatro — é: “Um por todos, todos por um”. No caso da disputa para senador em Goiás, será ligeiramente diferente: “Um por quase todos e todos contra Perillo”.

Alexandre Baldy: presidente do Progressistas no Estado de Goiás e ex-ministro das Cidades | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Na verdade, todos tendem a criticar todos, porque, embora aliados no apoio a Ronaldo Caiado, serão adversários. Cada um deverá derrotar todos os postulantes, e não apenas Perillo. Mas a tendência é que se tente “atropelar” aquele que está na pole position, porque, como se sabe, não há segundo turno para senador.

Uma possível liderança de Perillo resistirá a uma pancadaria, sem dó nem piedade, de cinco a seis candidatos a senador? É provável que não.

Luiz do Carmo, senador pelo PSC | Foto: Reprodução

Durante a campanha, se realmente for candidato a senador — há quem postule que irá a deputado federal, dado o fato de ser uma eleição mais “tranquila” —, Perillo certamente falará mais do passado, do que fez como governador, e menos do presente, ou seja, do que faria, se eleito senador. Mas seus adversários vão bater duro. Imagine cinco ou seis candidatos batendo na mesma tecla, o tempo inteiro: “Você votaria num candidato a senador que foi preso pela Polícia Federal, com autorização da Justiça Federal, sob acusação de corrupção?” Por certo, de nada adiantará Perillo explicar que não foi condenado pela Justiça, porque a mácula existe — está cristalizada, daí a rejeição alta —, e, apontada de novo, de modo exaustivo, tenderá a ser levada em consideração.

Lissauer Vieira, presidente da Assembleia Legislativa | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Então, apesar da tendência de Perillo aparecer em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, há a possibilidade de, no meio do caminho, desidratar-se e repetir o fiasco de 2018, quando ficou em quinto lugar, atrás de Vanderlan Cardoso (eleito), Jorge Kajuru (eleito), Wilder Morais e Lúcia Vânia.

Por que, mesmo sabendo que podem ter de enfrentar Perillo, há tantos pré-candidatos a senador? Exatamente pelo que se disse acima: o tucano tem vulnerabilidades que, durante a campanha, podem se tornar incontornáveis. Alexandre Baldy, Delegado Waldir Soares (o pesquisador Paulinho da EPP diz que pesquisas estão mostrando sua ascensão), João Campos, Lissauer Vieira, Luiz Carlos do Carmo e Wilder Morais — seis políticos articulados e combatentes — acreditam que podem superá-lo e, ao se postarem como pré-candidatos, demonstram que não têm nenhum receio.

Wilder Morais: ex-senador e empresário | Foto: Divulgação

Portanto, o “excesso” de candidatos pode ser letal para Perillo, ou seja, exatamente o contrário do que dizem os que apreciam repetir “ideias feitas”, uma espécie de tolicionário, diria o escritor francês Flaubert.