Ex-senador Mauro Miranda diz que Iris Rezende é candidatíssimo a prefeito de Goiânia
09 abril 2016 às 11h42
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O ex-prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás Iris Rezende, do PMDB, é um homem de poucos amigos e muitos conhecidos. Há nele sinais de messianismo — o que o distancia dos mortais comuns. Nunca é um par — é sempre o líder. Mas entre os amigos está o ex-senador Mauro Miranda — provavelmente o político mais culto do PMDB, leitor apaixonado e racional do filósofo francês Michel de Montaigne. Perguntado se Iris Rezende vai ser candidato a prefeito de Goiânia, não tergiversou: “Na minha opinião, Iris é candidatíssimo”.
No momento, Mauro Miranda frisa que Iris Rezende está, por assim dizer, administrando seu legado, sua história. “Iris tem um lugar na história de Goiás, que precisa ser avaliado por historiadores, economistas e sociólogos, mas sem a contaminação das paixões partidárias e circunstanciais. Não há a menor dúvida de que contribuiu para modernizar o Estado. Seu patrimônio está definido — é um grande entre os grandes.”
O que Iris Rezende mais gosta de fazer? “Não há a menor dúvida: ele tem paixão por política.”
Mauro Miranda frisa que Iris Rezende não anuncia sua candidatura agora porque não quer se envolver no tumulto da política nacional. “Como estrategista que é, está esperando o quadro ficar mais claro, com os jogos estabelecidos, para apresentar seu jogo. Por sua ampla experiência, ele sabe que os adversários estão esperando sua definição.” O ex-senador destaca que, com Iris Rezende, o quadro da disputa de Goiânia é um. Sem Iris Rezende, é outro completamente diferente. Então, na sua análise, o processo político na capital, ao menos no momento, deriva da “personalidade empática e complexa” de Iris Rezende.
Conversando com o Jornal Opção no sábado, 9, Mauro Miranda contou que, por vezes, fica até as 2 horas da madrugada vendo notícias, tentando entender o quadro político nacional. Inquirido sobre o vice-presidente Michel Temer, o ex-senador citou Ortega y Gasset: “O homem é o homem e a sua circunstância”. “O líder do PMDB é um Itamar Franco mais sofisticado. Mas precisa entender que, se assumir a Presidência da República, terá de ser um agente de um processo de mudança. Terá de demonstrar a grandeza necessária para articular a transição e a institucionalização do processo de mudança. Um governo com notáveis, mas não notáveis meramente burocratas — estou falando de homens de Estado —, será o caminho adequado para não se repetir os equívocos do governo do PT.”