Ex-prefeito que foi cassado em 2018 tem R$ 700 mil bloqueados pela justiça
03 fevereiro 2019 às 00h00
COMPARTILHAR
Ação do Ministério Público estadual questiona a contratação de parentes e amigos na prefeitura e a locação de imóveis pertencentes a duas irmãs dele sem licitação
O inferno astral do ex-prefeito de Niquelândia, Valdeto Ferreira Rodrigues (PSB), nunca acaba. Depois de ter o mandato cassado em fevereiro de 2018, ele agora passa por nova pendenga judicial: teve os bens bloqueados em R$ 700 mil em uma ação de improbidade administrativa interposta pelo Ministério Público estadual.
A ação e o pedido de bloqueio dos bens para ressarcimento de danos ao erário foram propostos no início de dezembro de 2018. Na semana passada, o juiz Rodrigo Soares acatou os pleitos do Ministério Público. A peça do MP acusa o ex-prefeito de ter feito uma “extensa nomeação de parentes e amigos” para a administração do município, violando princípios como o da moralidade e da impessoalidade.
Na lista de nomeações estão a mulher, o irmão, o cunhado, sobrinhos e amigos de Valdeto. Além disso, a promotora Nathalia Botelho Portugal afirma ter identificado a locação pela prefeitura de imóveis pertencentes a duas irmãs do ex-prefeito. Os contratos teriam sido feitos sem licitação.
A ação estima que os prejuízos causados ao patrimônio público de Niquelândia seriam de R$ 500 mil. O bloqueio de bens é referente a esse valor, mais R$ 200 mil a título de multas no caso de condenação. Valdeto pode recorrer da decisão que determinou a indisponibilidade de seus bens.
Uma pergunta pertinente: quantos municípios estão respeitando integralmente os princípios alegados na ação do MP, deixando de contratar familiares na prefeitura?