Está vivo?: Bolsonaro obteve 401.264 votos a mais do que Lula nas 5 cidades com mais eleitores de Goiás
06 agosto 2023 às 00h04
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Não há melhor “pesquisa” do que o resultado das urnas eleitorais. Na eleição de 2022, Jair Bolsonaro, do PL, venceu Lula da Silva, do PT, por larga margem, nas cinco cidades com mais eleitores de Goiás. Isto tem algum significado para 2024? É possível que sim. Há quem diga que, “sim”, o ex-presidente está politicamente morto. Mas pode não ser bem assim. Entretanto, se for preso, sob acusação de corrupção, aí o cenário pode mudar. Porém, no momento, seu capital eleitoral permanece relativamente incólume.
Vejamos como foi o resultado da eleição para presidente da República nos cinco municípios de Goiás com mais eleitores: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde e Luziânia.
1
Goiânia
Bolsonaro ficou com 63,95% (513.018 votos). Lula da Silva obteve 36,05% (289.171 votos). O candidato do PL conquistou, na capital de Goiás — cidade tida como “iluminista” —, 223.847 votos a mais do que o postulante do PT.
O candidato a prefeito pode ser Gustavo Gayer.
2
Aparecida de Goiânia
Bolsonaro conquistou 57,94% (148.793 votos). Lula da Silva recebeu 42,06% (108.022 votos). A diferença pró-Bolsonaro foi de 40.711 votos.
O candidato a prefeito deve ser o deputado Professor Alcides Ribeiro.
3
Anápolis
Bolsonaro recebeu 70,59% (153.507 votos) e Lula da Silva ficou com 29,41% (63.960 votos). A vitória do candidato do PL na terceira cidade com maior número de eleitores foi acachapante: a diferença entre os dois foi de 89.547 votos. Bolsonaro obteve mais votos na Suzhou goiana do que em Aparecida.
O candidato a prefeito pode ser o ex-deputado federal Major Vitor Hugo.
4
Rio Verde
Bolsonaro obteve 61,90% (69.385 votos). Lula da Silva conquistou 38,10% (42.715 votos). A diferença foi de 26.670 votos.
O candidato a prefeito pode ser Daniel Cunha, Osvaldo Fonseca Júnior ou Lissauer Vieira.
5
Luziânia
Motivo pelo qual Bolsonaro circula em Goiás
Bolsonaro conseguiu 60,32% (59.686 votos). Lula da Silva obteve 39,68% (39.256 votos). Diferença pró-Bolsonaro: 20.430 votos.
Nas cinco cidades, Bolsonaro recebeu 944.389 votos, enquanto Lula da Silva conquistou 543.125 votos O que resultou numa diferença, pró-Bolsonaro, de 401.264 votos.
A presença constante de Bolsonaro em Goiás, sobretudo em Goiânia e, em seguida, em Anápolis, não é apenas para tratamento de dentes — colocação de lentes de contato na clínica do ás Rildo Lasmar. Tem a ver com política, com o fato de o bolsonarismo ser forte no Estado.
Observe-se que o bolsonarismo — mais do que o próprio PL, partido do ex-presidente — terá candidatos a prefeito consistentes em pelo menos quatro das cinco cidades com mais eleitores em Goiás. Em Goiânia, o deputado federal Gustavo Gayer; em Aparecida, o deputado federal Professor Alcides Ribeiro (que, mesmo surfando na onda, não pode ser considerado bolsonarista-raiz); em Anápolis, o ex-deputado federal Vitor Hugo.
Frise-se que Bolsonaro considera que são dois os bolsonaristas-raiz em Goiás: Major Vitor Hugo e Gustavo Gayer. O ex-presidente tem apreço pelo senador Wilder Morais, mas não o considera alinhado ideologicamente com o bolsonarismo. É um companheiro de jornada.
Em Rio Verde, não há uma definição. O bolsonarismo-raiz gostaria de lançar Daniel Cunha, sobrinho do ex-prefeito Paulo Roberto Cunha, mas o jovem não tem experiência política e força eleitoral na cidade. Então, o presidente do PL em Goiás, senador Wilder Morais, poderá apoiar o médico Osvaldo Fonseca Júnior (que tem mantido contato pessoal com Bolsonaro) ou o ex-deputado estadual Lissauer Vieira, do PSD.
Diz-se que, embora seja apresentado como pré-candidato a prefeito pelo Republicanos, Osvaldo Fonseca poderá acabar migrando para o PL de Wilder Morais e Bolsonaro. Porém, Lissauer Vieira também pode se filiar ao PL.
Em Luziânia, o PL e Bolsonaro — sim, há o PL do V (de Valdemar Costa Neto) e o PL do B (de Bolsonaro) — não têm nenhum candidato consistente. Poderão apostar na vice-prefeita, Ana Lúcia de Sousa e Silva, que foi candidata a deputada estadual (embora bem votada, não foi eleita) pelo PSC em 2022. Ela está rompida politicamente com o prefeito Diego Sorgatto, do União Brasil. (E.F.B.)