Sentimento é de que será possível até mesmo dobrar o tamanho das bancadas goianas no Legislativo nacional e estadual

Goiás é, de fato, um Estado conservador acima da média nacional. A bancada goiana na Câmara dos Deputados tem apenas dois deputados que podem ser considerados “esquerdistas”: o petista Rubens Otoni e o pessebista Elias Vaz. Ainda que seja de um partido de centro-esquerda, como o PDT, Flávia Morais é uma política, no máximo, de centro – tanto que seu apoio à reeleição de Ronaldo Caiado (UB) é algo “inegociável”.

Na Assembleia Legislativa (Alego), a presença dos progressistas também é baixa: basicamente, Adriana Accorsi e Rubens Otoni, ambos do PT, “seguram as pontas” da esquerda. Deputados de siglas como PDT e PSB – Karlos Cabral, do primeiro, e Allyson Lima e Sérgio Bravo, do segundo – como ocorre no caso de Flávia Morais no Congresso, não têm perfil de atuação pela esquerda.

Mas, entre dirigentes e lideranças conhecidas dos partidos, é forte o ânimo para ganhar cadeiras, tanto em Brasília como na Alego. O motivo é básico: a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas eleitorais.

Políticos que percorrem o Estado notam, mesmo nas pequenas cidades do interior, uma mudança de humor em relação ao petista. Em outras épocas, especialmente entre 2014 e 2018, falar do PT em algumas localidades era algo temeroso. Agora, a acolhida é muito mais afável.

Em cima desse sentimento de esperança pela volta de Lula – visto pela população como um “salvador da pátria” que pode tirar o Brasil da crise econômica em que se meteu –, a avaliação é de que será possível à esquerda goiana até mesmo dobrar as bancadas atuais nos parlamentos.