Entenda por que Wellington Carrijo não lidera nas pesquisas e pode ser o próximo prefeito de Rio Verde
06 agosto 2023 às 00h01
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Pesquisas publicadas a um ano e um mês das eleições revelam poucas coisas sobre as posições reais dos eleitores. Uma questão é consensual entre os pesquisadores: aqueles que aparecem em primeiro lugar nem sempre são os que vão ganhar a eleição. São apenas mais conhecidos do que outros candidatos.
Veja-se o caso específico de Rio Verde. No município mais próspero do Sudoeste, e com o quarto maior eleitorado de Goiás, há quatro pré-candidatos (e até mais, dependendo do PT, que deverá indicar um nome, como o Professor Vavá ou Flávio Faedo): Karlos Cabral, do PSB, Lissauer Vieira, do PSD, Osvaldo Fonseca Júnior, do Republicanos, e Wellington Carrijo, do MDB.
Deles quais realmente vão disputar? Lissauer Vieira é um político experiente e chegou a ser presidente da Assembleia Legislativa; portanto, é um dos políticos mais conhecidos de Rio Verde e, mesmo, do Estado de Goiás. Ele irá realmente para a disputa, ou, se desidratado no meio do caminho, antes mesmo do começo da campanha, poderá retirar sua candidatura? Não dá para saber ainda. Na política articula-se muito e até bem próximo do pleito.
Há, inclusive, a possibilidade de Lissauer Vieira compor com o prefeito Paulo do Vale, do União Brasil, e apoiar a candidatura de Wellington Carrijo? É possível.
O que o ex-deputado ganharia apoiando o postulante apoiado por Paulo do Vale? Não se sabe. O que se sabe é que Lissauer Vieira planeja voltar à política, possivelmente como candidato a deputado estadual ou a deputado federal, em 2026. A retirada de sua candidatura pode estar conectada a este projeto. Hoje deputado estadual, Lucas do Vale, do MDB, poderia ir a deputado federal e Lissauer Vieira, numa dobradinha, iria a deputado estadual. Ou Lissauer Vieira iria a deputado federal e Lucas do Vale iria à reeleição.
Tal tipo de articulação não será definida agora. Quando um político precisa do outro, para fortalecer uma coalizão, é que as alianças são entabuladas. Neste momento, relativamente cedo, os agentes políticos não firmarão alianças que, adiante, poderão não ser sustentáveis. O que se tende a fazer agora é manter portas abertas. Sobretudo, não arrombar portas abertas. Portanto, Lissauer Vieira e Wellington Carrijo poderão compor, mas não vão decidir isto agora. Vão esperar um pouco mais. Ambos vão observar as correlações de forças, a montagem dos exércitos eleitorais.
A tendência — insista-se: tendência — é que Wellington Carrijo cresça, nas pesquisas, nos próximos quatro meses, e inicie 2024, o ano da eleição, em primeiro lugar. Os motivos são vários. Registremos alguns.
Primeiro, Wellington Carrijo é o único dos pré-candidatos que tem o apoio de um general eleitoral — o prefeito Paulo do Vale. O gestor municipal é bem avaliado pelos eleitores, que o consideram eficiente. Em Rio Verde, ele transfere mais votos para seu candidato do que o ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, e o presidente Lula da Silva, do PT. É o trunfo especial do postulante emedebista.
Além das obras que já fez, Paulo do Vale terá muito o que mostrar entre 2023 e 2024, o que irá impactar na candidatura de Wellington Carrijo. Podem ser citados o Hospital Materno-Infantil e o maior hospital municipal do interior de Goiás.
Segundo, uma armada estadual estará na campanha de Wellington Carrijo. Dois políticos relevantes que estarão na campanha do médico: Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, e Daniel Vilela, vice-governador e presidente do MDB.
Terceiro, a frente política local que vai impulsionar a campanha de Wellington Carrijo será, por certo, gigante. O grupo terá algumas chapas de candidatos a vereador, conta com vários vereadores — quase todos os eleitos em 2020. O ex-prefeito e médico Juraci Martins e o coronel Ricardo Rocha (popular no município, dado o fato de ter sido um comandante da Polícia Militar eficiente) decidiram apoiá-lo. A cúpula da Igreja Assembleia de Deus está na aliança. O MDB de Manuel Cearense e outros estão fechados com o candidato do partido (a deputada federal Marussa Boldrin resiste a apoiar o candidato, mas terá de fazê-lo, senão acabará destituída da presidência do MDB local). O deputado Lucas do Vale estará, firme, à frente do exército eleitoral do emedebista.
Igualmente importante é que tanto Lissauer Vieira quanto Osvaldo Júnior, políticos respeitáveis da cidade, ainda não conseguiram montar grupos. Por enquanto, são candidatos de si mesmos e de alguns alpinistas políticos. Mas não podem ser subestimados. Porque não são amadores. Lissauer Vieira, sobretudo, é profissionalíssimo.
Quarto, o Agro é forte em Rio Verde. Pode ser que parte fique com Osvaldo Júnior e Lissauer Vieira, mas uma parte significativa vai acompanhar o candidato de Paulo do Vale. Por vários motivos. Dois deles: o prefeito é eficiente e não é de esquerda — e o agro respeita as duas coisas.
Quinto, Wellington Carrijo é respeitado como médico. E, na administração pública, é considerado um dos principais responsáveis pela saúde funcionar bem, com eficiência e rapidez, superando vários outros municípios.
Sexto, Wellington Carrijo é jovem e articulador, aprecia o diálogo e sabe agregar. Ele não fica esperando Paulo do Vale articular tudo. Vai à luta e está conquistado novos apoios, como o do de Juraci Teixeira, prefeito por dois mandatos.
Sétimo, sua estrutura de campanha será, sem dúvida, bem maior do que a de Lissauer Vieira e Osvaldo Fonseca Júnior. O ex-deputado e o médico podem compor? Não se sabe. Unidos ficariam bem mais fortes e com maiores chances de vencer o pleito. A deputada Marussa Boldrin tem defendido a união das oposições. (E.F.B.)