Vanderlan Cardoso (PSD) é um senador proativo, tem conhecimentos das grandes questões da economia e, por isso, é respeitado em Brasília (tanto que tem concedido entrevistas à GloboNews, e com bons resultados). Nascido em Iporá, mas tendo feita carreira política em Senador Canedo, o empresário é relativamente hábil e sua imagem de gestor eficiente está cristalizada.

É a imagem de gestor competente que o coloca em primeiro lugar nas pesquisas de intenção na disputa pela Prefeitura de Goiânia, quando o nome de Gustavo Mendanha é retirado.

Os dois motivos que justificam sua liderança são: primeiro, a imagem de gestor eficiente (os eleitores de Goiânia estão buscando um novo Iris Rezende) e, segundo, o fato de que não há outros nomes definidos. A base governista tem dois nomes básicos — a advogada Ana Paula do Iris, do MDB, e o deputado estadual Bruno Peixoto, do União Brasil. Ou seja, ainda não tem um nome definido. Com a definição, o postulante tende a deslanchar — até porque terá, por trás, um grande exército político-eleitoral.

Ana Paula Rezende e Bruno Peixoto: nomes fortes em Goiânia | Foto: Reprodução

O PT também não definiu se bancará a deputada federal Adriana Accorsi ou o ex-reitor da UFG Edward Madureira, primeiro suplente de deputado federal.

A direita radical tem dois nomes: o deputado federal Gustavo Gayer e o ex-deputado federal Major Vitor Hugo, ambos do PL. A tendência é que o primeiro seja o candidato do partido. Se for, Vanderlan Cardoso irá sofrer com sua língua ferina e agressiva.

Se Gustavo Gayer ocupar o espaço da direita, Vanderlan Cardoso pode ser desidratado rapidamente. Afinal, qual será seu eleitorado? Vai perdê-lo para o candidato do PL? É possível. O que pesa a favor do senador é sua imagem de gestor — imagem que não é acoplada ao nome do postulante do PL.

Então, além de perder o apoio da direita, Vanderlan Cardoso terá outro problema: não tem um grupo político consolidado ao seu lado. O ex-deputado federal Vilmar Rocha foi destituído da presidência do PSD sob pressão do senador. Se apoiá-lo, com interesse, estará sofrendo da síndrome de Estocolmo. Seus aliados dificilmente apoiarão a candidatura do senador, que não buscou agasalhá-los. A tendência é que ele se torne um maior abandonado aos poucos — isolando-se cada vez mais, até ficar só, solamente só.

Vilmar Rocha pode até apoiar Vanderlan, mas sem nenhum ânimo | Foto: Jornal Opção

O ex-deputado federal Francisco Júnior, do PSD, dificilmente terá como compor com o novo presidente do Partido Social Democrático, considerando que, como presidente da Codego, deve lealdade ao governador Ronaldo Caiado e àquele que o indicou, Vilmar Rocha, para o cargo.

Se tem problemas no PSD, com quem Vanderlan contará para a disputa? Samuel Almeida e Simeyzon Silveira, evangélicos (e há a possibilidade de conquistar o apoio do ex-governador Marconi Perillo, do PSDB). É pouco. Muito pouco. Como se sabe, campanhas bem-sucedidas precisam de chapas de candidatos a vereador consistentes. Qual será a chapa de Vanderlan Cardoso? Não se sabe. Comenta-se que, até agora, conseguiu um único candidato: um filho de Samuel Almeida. É pouco. É pouquíssimo. Quase nada.

Adriana Accorsi: o PT está no jogo em Goiânia | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Diz-se que Vanderlan Cardoso “trai” aliados e “não” cumpre compromissos. Não se trata de um defeito só do político de Iporá. Vários políticos traem. O problema é que, aos poucos, o senador foi deixando de ser confiável. Por isso, muitos políticos, sobretudo os de proa, não o querem como aliado. “Vanderlan aprecia ser apoiado, mas não gosta de apoiar quem o bancou”, diz um integrante do União Brasil. “A memória dele é fraca em termos de lealdade”, acrescenta.

Por isso, a tendência é que Vanderlan Cardoso comece na frente e, durante a pré-campanha — antes mesmo da campanha —, vá perdendo terreno. Insistamos: tendência.

De qualquer maneira, como é forte, quem quiser superá-lo precisa tomar-lhe a bandeira de “novo Iris Rezende”. O novo Iris nada tem de novo: os eleitores querem no Paço Municipal um administrador que seja eficiente, rápido e conectado à sociedade. Daqueles que, sem pirotecnias, não deixam a peteca cair.

Adriana Accorsi (PT), Ana Paula do Iris e Bruno Peixoto, que são jovens, atentos e têm grupos políticos poderosos ao seu lado, podem conquistar a bandeira do “novo Iris” e, assim, superar Vanderlan Cardoso.

Pode-se sugerir que Vanderlan Cardoso será o primeiro a chegar atrasado? Ainda não. No momento, é forte, até fortíssimo. Porém, no fundo, pode ser o candidato a ser derrotado. Porque lhe faltará, na campanha, apoios. (E.F.B.)