O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do União Brasil, é um político diferenciado, portanto muito distante de figuras tradicionais da política do Estado e do país. Agregador, de uma paciência de Jó, ouve todos os aliados de sua base, discute e, às vezes, absorve suas ideias, porém, quando toma uma decisão, não recua. Para a disputa ao Senado, definiu que irá apoiar os candidatos que são seus aliados de fato; ou seja, em ordem alfabética, Alexandre Baldy, do pP, Delegado Waldir Soares, do União Brasil, e Vilmar Rocha, do PSD. Os três, e só os três, têm o seu apoio integral.

Governador Ronaldo Caiado e Daniel Vilela: aliança para 2022 e 2026 | Foto: Divulgação

Ronaldo Caiado apoia Alexandre Baldy, Delegado Waldir e Vilmar Rocha porque os três vão trabalhar em sua campanha e são seus aliados de fato. Eles têm compromisso com o projeto de modernização política e administrativa de Goiás.

Portanto, Ronaldo Caiado não dará autorização a prefeitos e deputados para organizar nenhum movimento “Roma” (Ronaldo e Marconi Perillo). Quem quiser ser desleal em relação à base do governador — deixando de apoiar Alexandre Baldy, Delegado Waldir e Vilmar Rocha —, que o faça, mas não terá autorização do governador. Porque, repita-se, Ronaldo Caiado é um político leal e cumpre acordos.

Marconi Perillo foi governador de Goiás por 16 anos | Foto: Reprodução

Durante 20 anos, Perillo trabalhou para evitar que Ronaldo Caiado chegasse ao poder — inclusive cooptando alguns de seus aliados e perseguindo os que eram (e permaneceram) leais ao governador. Por que, estando no poder, e tendo a possibilidade de eleger um senador de seu grupo, Ronaldo Caiado autorizaria políticos de sua base a organizar um movimento de jogo duplo, ou seja, apoiando ele para governador e Perillo para senador?

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Alexandre Baldy: candidato a senador pelo pP | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Não há motivo plausível. Não há lógica. O que há, isto sim, é desfaçatez de velhas (e poucas) viúvas de Perillo.

A seguir, acompanhe uma breve análise da política do real, sem um grama de fantasia. Digamos que Perillo seja eleito senador, em 2022. Qual será o seu projeto para 2026? Claro que vai disputar o governo do Estado. Então, aliados do governador, ao apoiá-lo em 2022, já estariam jogando em seu benefício para 2026? É o que parece.

Delegado Waldir, candidato ao Senado pelo União Brasil l Foto: Reprodução

Mas há aliados verdadeiros de Ronaldo Caiado propondo uma aliança com Perillo? Aliados verdadeiros, que não sejam adeptos do jogo duplo, não há.

Vilmar Rocha: candidato a senador pelo PSD | Foto: Fábio Costa/Jornal Opção

O recado da realidade é este: quem apoia o tal movimento “Roma” — ou qualquer outro movimento com o mesmo objetivo — está, na verdade, jogando contra o governador Ronaldo Caiado, Daniel Vilela, Alexandre Baldy, Delegado Waldir e Vilmar Rocha. A rigor, contra toda a base governista e contra a modernização de Goiás posta em ação pelo governador. No lugar de caminhar para a frente, rumo ao futuro, querem voltar a um passado nada ético?

Fortalecer “adversários” — e até “inimigos” — não é um ato de inteligência. A astúcia de marconistas não é tanta que possa enganar pessoas sensatas da base governista.