A decisão do partido do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) de desembarcar do governo de Goiânia teve origem em um conflito iniciado na primeira metade do mandato. O presidente do Republicanos do Distrito Federal, Wanderley Tavares, exerceu forte influência sobre a administração municipal até julho de 2022, quando foi isolado por Rogério Cruz em meio a brigas com secretários, como Geraldo Lourenço (então responsável pela Secretaria de Finanças). 

Neste momento, nomes ligados a Wanderley Tavares, como Arthur Bernardes (ex-Secretaria de Governo), foram retirados de suas pastas e o processo de rompimento nunca chegou a um fim definitivo. Desde então, a relação entre Cruz e Tavares nunca mais foi harmoniosa. 

Fontes no partido afirmam que o desprestígio que o Republicanos veio a ter na prefeitura é uma forma de o prefeito demonstrar ressentimento ao “grupo de Brasília”, que foi influente no período turbulento. “Mas, nessa tentativa de dar o troco, ele acaba punindo o Republicanos inteiro”, afirmou um interlocutor no partido que atua em Goiânia.

Em Goiânia, os membros do Republicanos sentem-se injustiçados, pois continuaram trabalhando pelo governo de Rogério Cruz mas passaram a ser tratados da mesma forma que o grupo de Brasília, que deixou de colaborar com a prefeitura em meados de 2022. O partido não participa, por exemplo, do Grupo de Apoio ao Prefeito (GAP), que assessora Rogério Cruz, não foi informado da reforma do secretariado na vésperas da modificação e lamentou ainda a perda das secretarias da saúde e educação.

A transferência da crise com Wanderley Tavares para todo o partido chegou ao ápice na tarde desta terça-feira, 19, quando a cúpula do Republicanos em Goiás anunciou o desembarque do governo.
(I.C.W)

Leia mais:

Prefeito de Goiânia pode perder apoio de seu partido se não acomodá-lo até sexta-feira