O ex-presidente Jair Bolsonaro e a esquerda não se saíram muito bem nas eleições nas capitais, no segundo turno. O bolsonarismo, incrustado no PL, levou uma tunda federal.

A novidade é que o centro foi o grande vitorioso no segundo turno. Dirão: alguns dos candidatos se apresentam como bolsonaristas. Pode até ser. Mas são muito mais de centro do que bolsonaristas.

Há um recado para Bolsonaro e para Lula da Silva: os dois precisam agregar mais. Bolsonaro, por não ser um líder verdadeiro, desagrega mais do que agrega. Pode acabar ficando isolado em 2026 e seu grupo tende, mais uma vez, perder para a esquerda. Ou pode perder para um candidato da direita moderada, democrática e civilizada, como Ronaldo Caiado ou Romeu Zema. No bolsonarismo o melhor postulante é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos (não deixa de ser curioso que ele não queira se filiar ao PL). Ele é menos bolsonarista do que se pensa.

PSD, MDB, pP e Podemos, de centro e centro-direita, mostraram força. O PL mostrou fragilidade. Há o claro sinal de que os eleitores estão se afastando do radicalismo, à direita e à esquerda. Os eleitores estão clamando por moderação.

Confira alguns dados a seguir.

1

Centro e centro-direita: 10 prefeitos

Em Belo Horizonte, o PSD de Gilberto Kassab esmagou o PL de Bolsonaro, com a vitória de Fuad Noman.

Em Porto Alegre, o MDB do prefeito Sebastião Melo derrotou, com facilidade, o PT de Lula da Silva.

Em Curitiba, a candidata bolsonarista perdeu para Eduardo Pimentel, do PSD. Os dois são conservadores? São. Mas o prefeito eleito do PSD não é da extrema-direita.

O PL foi derrotado em João Pessoa por Cícero Lucena, do pP.

Mostrando força, o pP elegeu Adriane Lopes prefeita de Campo Grande, derrotando o postulante do UB.

Em Goiás, Sandro Mabel, do União Brasil, impôs uma vitória acachapante em Fred Rodrigues, do PL

Em Belém, Igor venceu o candidato do PL.

O PL foi derrotado em Manaus por David Almeida, do Avante.

O PL se deu mal em Palmas, com sua candidata sendo derrotada por Eduardo Siqueira Campos, do Podemos.

Em Porto Velho, Léo, do Podemos, venceu o candidato do UB.

2

Direita e extrema-direita: só três prefeitos

Em São Paulo, foi reeleito o prefeito Ricardo Nunes, do MDB. Derrotou Guilherme Boulos, que, filiado ao PSOL, era, na prática, o candidato do PT. A rigor, o gestor municipal não é de direita, ainda que diga ser. Na verdade, é de centro. E a vitória em Sampa não foi do bolsonarismo, e sim de uma nova modalidade do bolsonarismo, o tarcisismo.

O PL ganhou em Aracaju, com Emília Corrêa. Derrotou o PDT.

Abílio, do PL, derrotou o candidato do PT em Cuiabá.

3

Esquerda derrota o bolsonarismo

Em Fortaleza, o PT elegeu Evandro Leitão, derrotando o PL. O petismo mostrou força no Estado, vencendo o bolsonarismo mais uma vez. (E.F.B.)