Dulce Miranda na vice pode garantir vitória de Ronaldo Dimas no 1º turno?
05 junho 2022 às 00h00
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Wanderlei Barbosa, que não pode ser subestimado, conta com a máquina do governo. Mas Dimas tem o apoio de Eduardo Gomes, Professora Dorinha e Dulce Miranda
Experts na política do Tocantins sustentam que o quadro político-eleitoral, a quatro meses do pleito, está indefinido. Tanto pode ganhar o governador Wanderlei Barbosa, do Republicanos, quanto Ronaldo Dimas, do PL. A força do primeiro advém do controle da máquina. No poder ele estaria liberando “pacotes de bondade”, inclusive para funcionários públicos.
Para contrapor a força da máquina, Ronaldo Dimas trabalha com três questões.
Primeiro, simboliza o novo. Segundo, sua imagem é de gestor eficiente (é apontado como um dos melhores prefeitos da história de Araguaína). Terceiro, conta com apoio de políticos relevantes do Tocantins.
O senador Eduardo Gomes tem prestígio em todo o Estado e mantém uma ligação visceral com a maioria dos prefeitos. Por isso, ao assumir a linha de frente da campanha de Ronaldo Dimas, lhe dará substância, incluindo atraindo o apoio do presidente Jair Bolsonaro, que é filiado ao PL.
Eduardo Gomes vai ficar no Tocantins, nos próximos quatro meses, com o objetivo de fortalecer a pré-campanha e, depois, a campanha de Ronaldo Dimas. Ele vai coordenar tanto a campanha de seu candidato a governador quanto a do presidente Bolsonaro no Tocantins.
“O Tocantins se cansou da senadora Kátia Abreu”
Pré-candidata a senadora, a Professora Dorinha Seabra — a “deputada da Educação”, uma espécie de ícone da política do Tocantins — lidera as pesquisas de intenção de voto e tende a impor uma derrota acachapante à senadora Kátia Abreu, que estaria “impopular” (tanto que a maioria absoluta dos deputados estaduais não apoia sua reeleição). “É mais fácil Elon Musk ficar pobre do que Professora Dorinha não ser eleita senadora”, afirmam aliados.
“A imagem externa de Kátia Abreu é melhor do que a imagem interna, quer dizer, no Tocantins”, afirma um deputado estadual. “Kátia Abreu trata o Tocantins como se fosse sua fazenda. Quando precisa, começa a circular pelo Estado, à procura dos líderes e dos eleitores. Porém, no geral, trata a todos com uma arrogância ímpar”, afirma outro parlamentar. “O Tocantins se cansou de Kátia Abreu”, garante um terceiro deputado. “Todos gostam da Professora Dorinha, mas muitos querem ‘usá-la’ como instrumento para derrotar Kátia Abreu”, acrescenta.
Uma possível surpresa será a deputada federal Dulce Miranda como vice de Ronaldo Dimas. Há quem postule que, se isto acontecer, o pré-candidato do PL pode ser eleito no primeiro turno.
Dulce Miranda é mulher do ex-governador Marcelo Miranda, uma lenda da política do Estado. Se ela compor a chapa de Ronaldo Dimas como vice, Marcelo deverá disputar mandato de deputado federal. Os dois, se estiverem firmes na campanha do ex-prefeito de Araguaína, tendem a ser grandes puxadores de voto. Noutras palavras, serão um fator de “desequilíbrio positivo” para o postulante do PL.
Um “tocantinólogo” disse ao Jornal Opção, na semana passada: “Recomento ao repórter que não subestime Wanderlei Barbosa. Derrotar a máquina do governo no Tocantins nunca foi fácil. Portanto, não tratem o governador como ‘galinha morta’. Ele é um homem simples, mas é mais astuto do que parece”.