Divididos, Lissauer e Osvaldo Jr. podem se tornar cabos eleitorais de Carrijo em Rio Verde

09 julho 2023 às 00h06

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A política de Rio Verde está numa fase “complicada”. São três os pré-candidatos a prefeito mais consistentes e qualitativos: Lissauer Vieira, do PSD; Osvaldo Fonseca Júnior, do Patriota (a caminho do PL), e Wellington Carrijo, do MDB.
A situação no MDB é complexa. O presidente estadual do partido, o vice-governador Daniel Vilela, apoia Wellington Carrijo para prefeito, em consonância com o prefeito Paulo do Vale (cotado para figurar como candidato a senador ou a vice-governador, em 2026, na chapa governista).
Porém, a presidente do MDB em Rio Verde, a deputada federal Marussa Boldrin, prefere apoiar o médico Osvaldo Júnior (que, de acordo com seus aliados, está liderando as pesquisas de intenção de voto).

Entretanto, se Marussa Boldrin insistir com a candidatura de Osvaldo Júnior — que está articulando sua filiação ao PL diretamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem se encontrou em Goiânia, na semana passada —, vai bater de frente com Daniel Vilela. Mesmo tendo mandato legislativo, que é o que importa em Brasília, a parlamentar terá pela frente não uma pedra, e sim uma montanha.
As ligações mais fortes do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, são com Daniel Vilela. Dificilmente o deputado de São Paulo ficará ao lado de Marussa Boldrin — cristã-nova no emedebismo — contra o vice-governador, que, em 2026, deverá assumir o governo de Goiás e, deste modo, disputará a reeleição.
Se Daniel Vilela deixar o MDB, juntamente com os prefeitos que o apoiam, o partido se tornaria um “ong” da noite para o dia. Sua força é, portanto, maior do que um voto na Câmara dos Deputados.

Então, parece definido que o candidato do MDB em Rio Verde é mesmo Wellington Carrijo — um médico tão conceituado no município quanto Osvaldo Júnior.
Numa conversa recente com um repórter do Jornal Opção, Lissauer Vieira disse que tem contribuído com o prefeito Paulo do Vale e, por isso, espera reciprocidade. Em 2022, ele apoiou dois aliados do gestor municipal: seu filho, Lucas do Vale (MDB), para deputado estadual e o vice-prefeito, Dannillo Pereira, do PSD, para deputado federal. O primeiro foi eleito e o segundo ficou como primeiro suplente.
Entretanto, apesar de manter bom relacionamento com Lissauer Vieira, a tendência é que Paulo do Vale banque Wellington Carrijo para prefeito. Porque está em jogo não apenas a Prefeitura de Rio Verde, mas também a liderança política no Sudoeste goiano.
Se for eleito prefeito, Lissauer Vieira, dada sua estatura política — foi presidente da Assembleia Legislativa por quatro anos consecutivos —, se tornará o principal líder do Sudoeste. Hoje, pelo fato de ser prefeito do município mais próspero da região, este líder é Paulo do Vale.

Portanto, do ponto de vista do realismo político, Paulo do Vale não vai dormir com o possível “inimigo” (na verdade, adversário e meio-aliado). Não vai lhe abrir espaço para, adiante, ser solapado. É uma questão de lógica. De razão, não de emoção.
O vice-prefeito Dannillo Pereira — outro político de bem (a atual geração de Rio Verde é de excelente qualidade. E se está falando de Danillo Pereira, Karlos Cabral, Lissauer Vieira, Lucas do Vale, Marussa Boldrin, Osvaldo Júnior, Paulo do Vale, Professor Vavá e Wellington Carrijo. Poucos municípios têm uma média tão alta) — gostaria de ser candidato a prefeito de Rio Verde.
No entanto, dada a definição de Wellington Carrijo — uma mudança é possível, mas difícil —, Dannillo Pereira não deverá ser candidato a prefeito. A pergunta é: apoiará Lissauer Vieira? Os dois estão ligados e filiados ao mesmo partido, o PSD.
Sim, Dannillo Pereira deverá apoiar Lissauer Vieira, mas, certamente, com uma condição: que ele seja o candidato a prefeito apoiado por Paulo do Vale.
Se não for, e se Paulo do Vale bancar Wellington Carrijo, a tendência é que o vice-prefeito cruze os braços. Insista-se: tendência.
Aliados de Osvaldo Júnior acreditam que Lissauer Vieira, se não deslanchar, acabará por apoiá-lo. Porque com três candidaturas — e todas fortes —, o candidato com mais estrutura política (e nem se fala de estrutura financeira) tende a ganhar, digamos com 35% dos votos.
Noutras palavras, se estiverem no páreo Lissauer Vieira, Osvaldo Júnior e Wellington Carrijo, a tendência é que, em 2025, o terceiro estará assumindo o comando da prefeitura. Com as oposições unidas — por exemplo, Karlos Cabral, Lissauer Vieira e Osvaldo Júnior —, o candidato do governismo corre um pouco mais de riscos.
Quanto às pesquisas, é preciso de alguma reserva. Primeiro, porque os eleitores mal sabem quais são os pré-candidatos. Segundo, os candidatos ainda não estão inteiramente definidos. Terceiro, favoritismo, neste momento, pode ser mais conhecimento. Então, aquele que começar atrás, ao se tornar conhecido e se for bem avaliado pelos eleitores, poderá ser o novo prefeito de Rio Verde.
De resto, vale acrescentar que a cidade tem um grande general eleitoral, o prefeito Paulo do Vale. Ele pode fazer a diferença pró-Wellington Carrijo. Mas a transferência de voto tem limite. Por isso o médico, que já está fazendo política e aparecendo mais, terá de fazer sua parte. Lissauer Vieira e Osvaldo Júnior não são amadores e, por isso, são um risco para o postulante bancado pelo prefeito. (E.F.B.)