Distritão pode mudar configuração política de Goiás na Câmara dos Deputados
11 julho 2021 às 00h01
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Alcides Rodrigues, José Nelto, Elias Vaz e Lucas Vergílio terão dificuldade com a reeleição. Lissauer Vieira, Marconi Perillo e Jefferson Rodrigues são mais cotados
Os deputados José Nelto e Magda Mofatto apostam suas fichas que o Distritão será aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. O que se diz, em Brasília, é que sua aprovação beneficia os atuais deputados, porque já contam com estruturas político-eleitorais no interior, sobretudo o apoio de prefeitos e vereadores. Os cristãos-novos terão de montar estruturas para disputar com pesos-pesados. Com o Distritão é assim: serão eleitos em Goiás os 17 candidatos mais votados. A rigor, não precisarão dos votos do partido, porque o que conta é a votação que cada um receberá.
Em 2018, se houvesse Distritão — na época, vigoravam as coligações partidárias —, teriam sido eleitos deputados federais Jean Carlo, com 67.720 votos, e Fábio Sousa, com 67.130 votos. Não teriam sido eleitos Major Vitor Hugo, que só recebeu 31.190 votos (foi eleito graças à gigantesca votação — 374.406 votos — do deputado federal Delegado Waldir Soares), e José Nelto, que obteve 61.809 votos. Como prevaleciam as coligações partidárias e a agregação de votos dos partidos, tanto José Nelto quanto Major Vito Hugo foram eleitos.
Sem as coligações partidárias, a situação de vários partidos, como PL, Patriota, PT e Podemos, ficará muito difícil. As chances maiores são dos grandes partidos. Mas, com o Distritão, os partidos podem se concentrar em determinados candidatos para elegê-los.
Frise-se que, na disputa de 2022, ao menos quatro deputados federais podem não disputar mandato: delegado Waldir Soares, Major Vitor Hugo, ambos do PSL, João Campos, do Republicanos, e Zacharias Calil, do Democratas. Os quatro planejam disputar mandato de senador. Portanto, se não forem candidatos, sobram mais vagas na Câmara.
A renovação da Câmara pode acabar sendo menor do que se esperava. Experts em política e eleições sugerem que os “novos” players para o Parlamento deverão ser: Heuler Cruvinel (MDB), Leandro Vilela (MDB), Lincoln Tejota (Cidadania), Lissauer Vieira (PSB), Jefferson Rodrigues (Republicanos), Marconi Perillo (PSDB) e Sandro Mabel (MDB). São sete nomes para as quatro vagas de Delegado Waldir, João Campos, Major Vitor Hugo e Zacharias. Eles também disputarão as vagas dos postulantes considerados mais fracos, como Alcides Rodrigues, Elias Vaz e Lucas Vergílio.
Há quem aposte que alguns deputados terão dificuldade com a reeleição. Entre eles estão listados Adriano do Baldy (PP — na eleição passada obteve 77.729. Frise-se que aumentou sua estrutura no interior), Alcides Cidinho Rodrigues (Patriota — estaria desanimado com a reeleição), Elias Vaz (PSB — é atuante na Câmara, mas o partido é fraco em Goiás), Glaustin da Fokus (PSC — se Luiz Carlos do Carmo for candidato, corre sério risco de ficar fora da Câmara), José Nelto (Podemos — ele diz que aumentou sua estrutura, mas em 2018 teve baixa votação), Lucas Vergílio (SD — com 78.431 votos, foi arrastado pela coligação em 2018).