O prefeito de Morrinhos, o produtor rural Joaquim Guilherme (PSDB), tem sido chamado de “Dana White do Cerrado” (o chefão do UFC). É que em sua gestão estão acontecendo fatos inusitados e ele estaria se “omitindo”, inclusive a respeito de cenas de MMA ocorridas no município.

Um auxiliar de Joaquim Guilherme, suspeito de tentativa de estupro, foi afastado do cargo. No entanto, o prefeito não apareceu em público, como estivesse se escondendo, para defender as mulheres e condenar a violência contra elas.

Joaquim Guilherme: prefeito de Morrinhos | Foto: Divulgação

Outro auxiliar de Joaquim Guilherme foi denunciado à polícia por, supostamente, espancar sua mulher. Depois, ela compareceu às redes sociais para “desmentir” a agressão. O realismo mágico do país sugere que a “culpada” teria sido uma “porta” (por coincidência, as delegacias da Mulher sempre recebem denúncias a respeito de “portas perigosas”).

O que se diz na cidade é que Joaquim Guilherme é um político decente, mas omisso. “Guilherme é até bem avaliado pela população, que o considera um gestor eficiente. Paradoxalmente, há um clamor pelo retorno do ex-prefeito Rogério Troncoso, que também era eficiente e, igualmente, não é muito bem-visto como político. Mas, aos poucos, Rogério foi se tornando mais ameno, menos ‘grosso’ do que nas primeiras gestões. Guilherme é educado, até gentil, mas é meio ‘sem sal’”, afirma um analista da política local.

Maycllyn Carreiro, ex-vereador e ex-deputado | Foto: Euler de França Belém/Jornal Opção

No momento, a imagem de Joaquim Guilherme não é positiva, por causa dos casos de violência (frise-se que, pessoalmente, nada tem a ver com eles) e das chuvas fortes que atingiram a cidade e destruíram ruas. Mas pode ser recuperada.

O jovem advogado Maycllyn Carreiro, do Solidariedade, está se colocando para a disputa. Ante o desgaste do prefeito e do ex-prefeito (o grupo de Joaquim Guilherme estaria preparando um dossiê gigante sobre a gestão de Rogério Troncoso), o ex-vereador pode ser uma alternativa — uma espécie de renovação política.

O fato é que as eleições de 2024, daqui a um ano e seis meses — na verdade, Morrinhos, com as denúncias, já vive uma espécie de pré-campanha —, serão (já estão sendo) uma verdadeira guerra. Joaquim Guilherme e Rogério Troncoso vão se atacar, direta ou indiretamente, com unhas, dentes e o que mais for possível.

Os ataques já começaram, abaixo da linha de cintura, e a guerra vai piorar. Vai ficar ainda mais quente. Um político local afirma que, breve, “vai pipocar uma denúncia grave contra a gestão de Guilherme”. Outro político da cidade contrapõe: “Duvido que Rogério chegue elegível em 2024”. Os generais eleitorais estão estocando “armas” poderosas. Este é o clima político predominante, desde já.