Numa conversa com um político da base do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o ex-deputado Lissauer Vieira (PSD) admitiu que será candidato a prefeito de Rio Verde, em 2024, daqui a um ano, três meses e alguns dias.

No diálogo, Lissauer Vieira teria dito que gostaria de ter o apoio de Paulo do Vale (União Brasil), porém acrescentou que, independentemente do apoio do prefeito, será candidato. Teria sugerido que, apesar de forte e bem avaliado, o gestor municipal tem desgaste, dado o tempo em que está no poder (oito anos, em 2024).

Lissauer Vieira vai trabalhar para se firmar como “o” candidato do Agro. Sabe-se que amplos setores do Agro mantêm contato com Paulo do Vale. Portanto, o apoio será dividido.

Wellington Carrijo, médico e pré-candidato pelo MDB | Foto: Reprodução

Há outra pedra no caminho do ex-presidente da Assembleia de Goiás. Lissaeur Vieira pode demover o deputado estadual Karlos Cabral (PSB) de disputar a prefeitura, sugerindo que poderá bancá-lo para deputado estadual ou mesmo para deputado federal, em 2026. Porém, será muito difícil, talvez impossível, retirar o médico Osvaldo Fonseca Júnior (a caminho do PL) do páreo.

Osvaldo Júnior disputou a prefeitura em 2020, foi bem votado, mas perdeu para Paulo do Vale. Ele acredita que agora, com mais experiência e possivelmente filiado ao PL do senador Wilder Morais, poderá ser eleito.

Há uma questão complexa em Rio Verde. Os principais três pré-candidatos — o médico Wellington Carrijo (MDB), Lissauer Vieira e Osvaldo Júnior — mantêm contato com o Agro. Então, o Agro irá dividido para a campanha. Pode-se falar, portanto, não em Agro, e sim em Agros.

Não há dúvida de que Wellington Carrijo — bancado por Paulo do Vale e pelo deputado estadual Lucas do Vale —, Lissauer Vieira e Osvaldo Jr. são, eleitoralmente, consistentes. Porque não são amadores.

Mas, com três candidatos fortes, quem pode levar vantagem é o candidato do governo, ou seja, Wellington Carrijo. Além dos méritos do candidato, há o peso político de Paulo do Vale, de Lucas do Vale e da máquina pública. Frise-que o candidato do prefeito terá o apoio de Ronaldo Caiado e do vice-governador Daniel Vilela (MDB).

A tendência é que, com os votos divididos entre três forças consideráveis, seja eleito o postulante da máquina, no caso, Wellington Carrijo.

Lissauer Vieira estaria tentando costurar uma aliança com Karlos Cabral, Chico KGL e Osvaldo Júnior (até o nome do vice-prefeito, Dannillo Pereira, tem sido citado pelo grupo do ex-deputado, mas, até o momento, ele permanece no grupo de Paulo do Vale).

Marussa Boldrin, deputada federal, e Osvaldo Fonseca Jr.: aliados | Foto: Divulgação

Mas Osvaldo Júnior aceitará ser vice de Lissauer Vieira? Difícil, quase impossível. Mas uma chapa de Lissauer Vieira com Osvaldo Júnior na vice fica forte e adquire alguma possibilidade de vencer Wellington Carrijo. Divididos, certamente entregarão poder para o jovem médico. Aí, na posse em 1º de janeiro de 2025, Osvaldo Júnior poderá entrar com o paletó e a gravata e Lissauer Vieira poderá presentear a calça, a camisa e as meias para a posse do candidato eleito com o apoio de Paulo do Vale. (E.F.B.)