Disputa em Pires do Rio deve ser entre os gestores Cida Tomazini e Hugo do Laticínio

27 setembro 2020 às 00h01
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Em 2016, os eleitores deram um recado às elites locais e escolheram uma pessoa que não era especialista em gestão, Cleide do Gulas, hoje no Democratas

Os eleitores às vezes são sábios. Em 2016, os eleitores de Pires Rio, município do Sudeste de Goiás, decidiram dar um recado duro às elites locais, sobretudo à família da ex-prefeita Cida Tomazini. Na opinião dos eleitores, os Tomazini, empreendedores competentes — geram milhares de empregos diretos e indiretos —, estariam se comportando como “donos” da cidade.
Com a fabulosa “arma” de que dispõem — o voto —, os eleitores decidiram derrotar Cida Tomazini. Derrotaram-na. E elegeram para prefeita Cleide do Gulas (Cleide Aparecida Veloso da Costa), do PSDB— agora, filiada ao Democratas —, que era dona de uma pastelaria.

Cleide Aparecida não tinha experiência, mas os eleitores queriam experimentar.
Agora, com três anos e nove meses de gestão, Cleide Aparecida, ainda que seja vista como bem intencionada, não é bem avaliada como administradora. Democraticamente, o que os eleitores provavelmente vão fazer? Trocá-la. Há quem aposte que a prefeita é vítima da “máquina detratora” dos adversários. Pode até ser. Mas os eleitores têm bom senso e sabem avaliar para além da máquina de difamação que se tornaram as redes sociais.
Ante o suposto fracasso da não-gestora, os eleitores voltaram a clamar pela volta de um administrador, ou de uma administradora. De cara, Cida Tomazini, agora no Podemos, se tornou a política a se colocar no poder. Porque ela, assim como sua família, é vista como gestora eficiente. Por isso, é apontada como favorita.
Mas os eleitores podem experimentar mais uma vez se surgir alguém com tino administrativo? Não se sabe. Porque o futuro nem a Deus pertence. Mas surgiu um novo nome na política de Pires do Rio.

Trata-se de Hugo do Laticínio (Hugo Sérgio Batista), do Avante. Não é o favorito, mas está crescendo. Por qual motivo? Porque é visto como gestor.
Hugo do Laticínio era moto-boy e hoje teria um patrimônio avaliado em 3 milhões de reais. Claro, nada se comparado aos multimilionários da família Tomazini. Mas, para uma pessoa que começou de baixo, sem família rica para bancá-lo, ter construído um laticínio, edificar casas, entre outras atividades, é sinal de competência e força de vontade.
Nos próximos 49 dias, pouco tempo, Hugo do Laticínio terá de convencer os eleitores de que é capaz de administrar uma prefeitura — que, vale sublinhar, não é igual a uma empresa privada. Não é impossível, mas não será fácil. No momento, com os nomes tendo sido definidos há poucos dias, Cida Tomazini é favoritíssima. Mas os eleitores são sempre surpreendentes, como o foram em 2016.