Uma auditoria ampla sobre os meandros da Saneago certamente vai revelar o que aconteceu lá durante vários anos

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), até por ser liberal, não é contrário às privatizações. Diferentemente de outros gestores, que privatizaram a usina de Cachoeira Dourada e a Celg – e deixaram o dinheiro da venda evaporar –, ele é preocupado com os bens públicos. Por isso, na questão da Saneago, adota uma posição responsável, de equilíbrio. O mercado poderá ser dono de parte da companhia de saneamento, mas o governo quer ter posição para definir numa área que é estratégica tanto para o crescimento da economia quanto para o desenvolvimento. (Na área de energia elétrica, quem pode dizer que a Enel presta um serviço eficiente? Ninguém, nem a Enel.)

Imagine vender a Saneago – 51%, e não 49% – para grupos que, supostamente, tungaram a companhia durante anos. Será bom para eles – um prêmio extra –, mas não para o Estado e para a sociedade.

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) precisa ser lembrado que, em seu governo, houve denúncias graves sobre irregularidades na Saneago. A Polícia Federal chegou a prender auxiliares e aliados políticos do tucano-chefe. Há outros problemas que, em breve, serão expostos publicamente. Assim como no caso das prisões de pessoas que achacavam o Detran, em governos anteriores.

Fake news

A equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro não reclamou, nenhuma vez, que o governador de Goiás dificulta o processo de privatização do setor de saneamento. Até porque Goiás não é o país. A notícia foi plantada e o repórter que a publicou nem a checou.