Há um certo desespero no irismo: acredita-se que o peemedebista só será prefeito de Goiânia se ganhar no primeiro turno. No segundo, a expectativa de poder é de Vanderlan Cardoso

Candidato do PSB, Vanderlan Cardoso  potencializa apoio e cresce, enquanto  Iris Rezende, do PMDB, fica estaganado
Vanderlan Cardoso e Iris Rezende: a expectativa de poder hoje está nas mãos do primeiro; ao segundo, resta o desespero político

Mesmo com os números dizendo o contrário, o candidato do PMDB a prefeito de Goiânia, Iris Rezende, e seus aliados permanecem dizendo a mesma coisa: o peemedebista “vai” ser eleito no primeiro turno. Fica-se com a impressão de que o irismo tem óculos especiais e, por isso, está percebendo alguma coisa, de extrema sutileza, que os demais mortais não estão percebendo. Na verdade, os iristas estão percebendo a mesma coisa que os demais, mas preferem dizer que estão percebendo outra. O motivo é dos mais prosaicos: se não ganhar no primeiro turno, é praticamente impossível o pemedebista ser eleito no segundo turno.

Os iristas estão tentando manipular os cordéis da verdade. Mas sabem, assim como pesquisadores experimentados, que, em campanhas eleitorais, não há nada mais difícil do que “controlar” ou “parar” candidato que está crescendo nos últimos dias do pleito. Ante a nova expectativa de poder, com os eleitores mudando e percebendo a mudança com clareza, há uma tendência de hipotecar apoio a um determinado candidato — caracterizando o que se convencionou nominar de voto útil. Eleitores estão abandonando o delegado Waldir Soares, do PR, menos por avaliá-lo como um postulante não qualitativo, e sim por que, ao perceberem que não tem mais viabilidade eleitoral, decidiram hipotecar apoio a outro candidato, Vanderlan Cardoso, para confrontar Iris Rezende — aquele cacique que todos, no fundo, querem derrotar para depois gritarem: “O rei está nu”.

Então, como a única chance de Iris Rezende, do ponto de vista da visão peemedebista, aqui esmiuçada para ampliar o entendimento do leitor, é ganhar no primeiro turno, porque o segundo turno é um incógnita, com Vanderlan Cardoso crescendo e puxando a expectativa de poder para si, os iristas tentam desqualificar as pesquisas, apresentando números, ao menos nos bastidores, que não coadunam com os divulgados pelos institutos de pesquisas mais categorizados, como For­tiori, Grupom e Serpes.

Ao dizer que Iris Rezende “ganha” no primeiro turno, os iristas praticamente estão sugerindo que “perde” no segundo turno. É o subtexto. Portanto, o discurso do irismo embute o típico desespero dos que, no fundo, já se sentem derrotados. Pode um sinal de que está tudo “perdido”.