Dever do próximo prefeito é impedir que Anápolis se torne cidade-dormitório de Goiânia e Aparecida
25 agosto 2024 às 00h00
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O Agro é forte em Goiás e contribui para a formatação do PIB, é claro. Mas não supera os serviços — que colabora para o Estado ter um dos maiores PIBs do país.
Entre as cidades, Goiânia, com seu setor de serviços fortíssimo, é a número em termos de PIB. Anápolis aparece em segundo lugar, o que mostra a pujança de sua economia.
Mas há uma informação preocupante: os PIBs de Aparecida de Goiânia e de Rio Verde estão colados, em volume, ao de Anápolis. Pode-se sugerir que, em no máximo cinco anos — se nada for feito —, Aparecida e Rio Verde poderão se tornar a segunda e a terceira maiores economias de Goiás, atrás apenas da de Goiânia.
Em termos de população e eleitores, Anápolis já está perdendo para Aparecida.
Então, e não se trata de uma discussão ideológica — de direita ou de esquerda —, o próximo prefeito de Anápolis será aquele que, falando para o presente (o candidato do PT, o sensato Antônio Gomide, está falando demais sobre o passado, sem perceber que as pessoas atuais não vivem nem no passado nem no futuro, e sim no presente), trabalhe para Anápolis se manter com o segundo maior PIB de Goiás.
Se cair para quarto lugar, Anápolis poderá se tornar a Aparecida do passado, ou seja, se tornar uma cidade-dormitório de Goiânia e de Aparecida.
É possível contornar o problema, ou melhor, evitar que surja e se consolide? Claro que é.
Mas Anápolis precisa de um prefeito proativo, moderno e que entenda de economia e que pense mais nos negócios e nas pessoas da cidade do que no enriquecimento pessoal.
O próximo prefeito precisa convocar dirigentes das universidades e faculdades, economistas, médicos, advogados, engenheiros, arquitetos, professores e empresários para discutir um amplo plano de modernização da cidade e de sua economia. Anápolis é uma cidade grande, mas precisa de uma gestão que lhe dê a imagem de cidade cosmopolita.
O Distrito Industrial de Anápolis é um dos mais importantes de Goiás e, até, do país. O Daia gera empregos para os anapolinos e recursos financeiros para a Prefeitura de Anápolis. Noutras palavras, produz crescimento econômico e desenvolvimento.
Mas é preciso avançar. Fala-se, o tempo inteiro, no Daia 2. Há novas empresas planejando se instalar na cidade. Mas a estrutura pública municipal precisa ser mais arrojada, colocando-se à disposição da expansão da economia. Falta energia elétrica? A prefeitura precisa operar, em tempo integral, para que o polo industrial tenha energia suficiente e adequada.
Ranking de competividade: descendo a ladeira
No ranking nacional de competitividade, Rio Verde, a mais próspera cidade do Sudoeste de Goiás, apareceu com o município do Estado mais bem-posicionado — em 118º lugar. Superou até Goiânia, que figura no 124º lugar. Em seguida aparecem Itumbiara (160º), Jataí (170º) e Catalão (196º).
E Anápolis? Não se pode sugerir que o município não é competitivo, porque é. Mas não é possível esconder que, figurando em 222º lugar, ficou bem atrás de Rio Verde, Goiânia, Itumbiara, Jataí e Catalão. Até cidades menores, com menor expressão econômica, são mais competitivas que Anápolis.
Anápolis tem potencial. Mas precisa de uma gestão moderna, que invista bem em projetos estruturante e seja instrumento de crescimento e desenvolvimento.
Em recente debate, enquanto Márcio Corrêa se preocupava em apresentar propostas, alguns candidatos se preocupavam com picuinhas. Um prefeito, para dar certo, precisa ser agregador. O debate mostrou quem agrega e quem desagrega. Atribui-se a Tancredo Neves a frase de que pior do que não articular é articular demais, ou seja, é ser invasivo e não agregador. (Os que divulgam baixarias estão falando de si mesmos, ou seja, daquilo que gostam, diria um psicanalista da escola freudiana ou da escola lacaniana.)
O postulante do PL e o postulante do PT parecem mais atentos ao desenvolvimento de Anápolis, tanto no aspecto econômico quanto no social. Com a ressalva de que Márcio Corrêa fala para o presente, que é o correto, e Antônio Gomide fala muito sobre o passado, o que é de pouco interesse dos anapolinos.
De qualquer forma, Márcio Corrêa e Antônio Gomide sabem, pelo que estão dizendo, como repor Anápolis nos trilhos de uma administração moderna e que mantenha a cidade como líder, em termos de economia, do interior. (E.F.B.)